A revista Savage Sword of Conan 7 foi totalmente ocupada por uma história longa, escrita por Roy Thomas e desenhada por John Buscema e Alfredo Acala.
A história nitidamente surgiu de uma ideia anterior de Thomas, na primeira adaptação do clássico A torre do elefante. Naquela história, Thomas colocara o deus-elefante lembrando de fatos do passado e do futuro, o que não fazia muito sentido, já que ele não tinha capacidade de vislumbrar fatos posteriores (as lembranças do passado faziam sentido, já que ele era um ser muito antigo, que tinha chegado à Terra na aurora da humanidade).
Conan se encanta com uma dançarina. |
Thomas imaginou um rei feiticeiro da Babilônia, Shamash-Shum-Ukin, que ao ver sua cidade ser conquistada, realiza um encatamento que leva ele e seu castelo para a era hiboriana. Junto com esse feitiço surge um poço no qual o feiticeiro desce coisas de sua era e recebe objetos, animais e humanos de outras eras, como homens da Idade das Pedras ou dinossauros.
Como Conan se encaixa nessa trama? Simples, em visita à cidade (com o objetivo de entrar no castelo do feiticeiro e roubar suas riquezas), Conan se encanta com uma dançarina em um bordel chamada Alhambra (alguns nomes em inglês devem parecer exóticos e interessantes, já em português...). Mas o encanto logo se transforma em decepção quando ela droga sua bebida e o leva para o feiticeiro com o objetivo de colocá-lo no poço como oferenda. Uma trama típica do cimérico, no qual não se podia confiar em pessoas da cidade.
A história traz uma interpretação única sobre eras passadas e futuras. |
Claro que Conan consegue se livrar das amarras, mas é vencido pelos homens das cavernas e logo estão ele e a garota no poço – onde Thomas pode exercitar sua verve, mostrando o passado e o futuro e mesclando épocas históricas com a cronologia de Robert. E. Howard: “A cena muda e ele vê uma terra semelhante à Stygia, mas que, certamente, se encontra do outro lado do abismo temporal. Entao, outro salto para o passado... colossais e grotescas formas de vida enfrentam-se numa batalha pela supremacia e sobrevivência numa terra muito mais jovem... e nem sonham que estão todos condenados à extinção”.
Essa trama grandiosa poderia se tornar banal nas mãos de ilustradores menos habilidosos, mas Buscema e Alcala a tornam ainda mais monumental, com destaque para as cenas em que aparece o dinossauro.
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