quarta-feira, agosto 07, 2024

Quarteto Fantástico contra o Pensador Louco

 


Hoje em dia é muito óbvio que boa parte das histórias do Quarteto Fantástico eram baseadas em imagens. Exemplo disso pode ser vista no número 15. É possível imaginar que Jack Kirby tenha feito uma ilustração copiando a estátua O pensador, de Rodin, e Stan Lee tenha bolado uma história a partir dessa imagem. A referência é tão óbvia que o personagem, ao longo da história reproduz diversas vezes a pose da estátua de Rodin, com o queixo apoiado na mão.

Na trama, surge em Nova York um vilão cuja inteligência, aliada a um super-computador, faz com que ele consiga prever eventos futuros. “Posso prever tudo que irá acontecer até a última fração de segundo!”, se vangloria ele.

O  vilão nitidamente foi baseado na estátua O pensador, de Rodin. 


Não sei se Stan Lee conhecia o célebre cientista francês, mas nitidamente o vilão reproduz a ideia por trás do Demônio de Laplace. Laplace acreditava que tudo era previsível, determinado. Sendo assim, se uma determinada entidade conhecesse a velocidade e posição de todas as partículas do universo e fosse capaz de realizar todos os cálculos necessários, poderia ter acesso a tudo que já aconteceu, está acontecendo e vai acontecer.

O pensador Louco é exatamente isso. Ele usa os fatos e sua previsibilidade para tirar os membros do quarteto de Nova York e, assim, invadir o prédio do grupo e se apossar de todas as suas maravilhas tecnológicas.

O Pensador Louco consegue prever tudo que vai acontecer. 


Seu plano perfeito, não fosse por um defeito. Ele não contou com a único coisa imponderável, improvisivel, segundo Stan Lee: o ser humano.

Hoje em dia a Teoria do caos demonstrou que há muitos outros fenômenos que são imprevisíveis, mas, considerando a época em que foi escrita, ela era um grande avanço ao que se pensava sobre a natureza e sobre o mundo.

Ele usa essa habilidade para conquistar o edifício Baxter. 


Stan Lee e Jack Kirby poderiam ter apenas o objetivo de fazer um gibi para entreter a garotada, mas muitas vezes, no processo, acabavam acertando em questões filosóficas e científias intrigantes.  

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