sábado, agosto 03, 2024

X-men – Onde nenhum X-men jamais esteve

 


O auge da fase de Dave Cockrum no título dos mutantes foi a saga do império de Xiar. Uma fase tão relevante que a Abril escolheu a splah page de uma das histórias para colocar como capa de superaventuras Marvel 16.

Essa história, embora já estivesse sendo insinuada há vários números, começa de fato no número 105, quando a Imperatriz Lilandra chega à Terra e é sequestrada por Erik Escarlate, que havia manipulado O senhor do fogo para combater os X-men.

Um tapa-buraco antes do final da saga. 


Nesse número começamos a perceber a expansão do poder que Jean Grey adquiriu quando se transformou na Fênix. Ela consegue, por exemplo, voar, algo que não acontecia quando ela era a garota Marvel. Há, aliás, um diálogo dela com o arauto de galactus que mostra que a personalidade dela também já estava se modificando: “Não tenho medo da morte, arauto! Já fomos apresentadas!”.

No final dessa edição, Erik pega Lilandra e atravessa por um portal. Os X-men chegam atrasados e a Fênix reabre o portal, para espanto do Cíclope: “Deus! Jean era a mais fraca dos X-men e agora tem poder para abrir um portal interestelar sem esforço!”.

A Abril usou essa imagem como capa da SAM 16. 


A edição 106 tinha todo um jeito de anti-clímax, já que se focava num flash back de quando o professor Xavier criara involuntariamente réplicas dos X-men originais para lutarem contra os novos X-men, uma história reciclada por Claremont de uma edição anterior escrita por ele mesmo. Além da edição ser ruim, ela simplesmente paralisava uma trama no seu momento mais importante. A história também trazia o reflexo dos atrasos de Dave Cockrum, já que parte dela teve que ser desenhada por Bob Brown e a arte, de forma geral, estava muito abaixo do nível comum da revista. É bem provável que essa fosse uma edição tapa-buraco, produzida enquanto Cockrum terminava a história que sairia na 107.

No número 107 voltamos finalmente à grande saga envolvendo o império Xiar. Além da belíssima splash page aproveitada pela abril, temos uma página dupla impressionante com os x-men frente a frente com os Gladiadores, guardiões do império.  Nessa história são apresentados os piratas siderais, que surgem do nada, para salvar os X-men na batalha, configurando um verdadeiro deus ex machina.

Dave Cockrum gostava de fazer cenas detalhadas, como essa. 


A saga teve sua conclusão no número 108, com John Byrne assumindo os desenhos.  Byrne pega a história no auge, quando o irmão de Lilandra se apossou da pedra denominada “o fim de tudo que existe”.

Há alguns problemas no roteiro. Por exemplo, há guardiões do portal onde está a jóia extremamente poderosos e parece impossível ultrapassar essa barreira e do nada, os heróis estão lá dentro. Além disso, não fica muito claro como aconteceria a destruição do universo nem como a  Fênix conseguiu impedir isso. Mas, para compensar, o tom geral é épico. Já Byrne mostra toda a sua capacidade expressiva, especialmente na tempestade e na Fênix. O primeiro close que ele dá na personagem antecipa todo o drama que veríamos a seguir.

Ororo e Fênix alcançaram a representação perfeita no traço de Byrne. 


A partir dessse número Byrne se tornaria o desenhista oficial do título, mas ironicamente, a edição é dedicada a “Dave Cockrum, que ajudou a tornar o sonho realidade”.

Em tempo: o título da história é uma referência direta a Jornada nas Estrelas e seu lema: “Indo até onde nenhum homem jamais esteve”.

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