terça-feira, outubro 01, 2024

Homem animal - A hora da fera



Uma das inovações de Grant Morrison no Homem-Animal foi trazer a política para o título. Não que outros roteiristas não abordassem o assunto na DC, mas era sempre de forma simbólica, não direta, como parábola. 

Morrison meteu o dedo na ferida ao abordar o apartheid sul africano no número 13 da revista. 

A história trata do bárbaro sistema separatista da África do Sul. 


Na trama, um jovem Negro tenta passar para um repórter um rolo com fotos dos abusos perpetrados pelo regime. Ele é pego e torturado e tudo leva a crer que será morto. 

Paralelo a isso, o Homem-Animal encontra no aeroporto o Fera Bwana, que lhe informa que passará o cargo para outra pessoa, escolhida através de um ritual. 

Sempre que soids heróis se encontram, eles brigam. 


A conversa entre os dois traz uma sequência interessante, na qual o roteirista crítica a regra Marvel importada pela DC segundo a qual sempre que dois heróis se encontram pela primeira vez, eles devem brigar.

Só o colo de uma virgem pode aplacar a ira de um unicónio. 


Morrison introduz na trama uma informação relacionada ao unicórnio: “Era uma fera indomável, o unicórnio”, conta o torturador. “Oh, parecia maravilhoso e inocente, mas aquele terrível corno foi feito para matar! A única coisa que podia aplacar o unicórnio era uma virgem! Uma moça imaculada! A fera deitaria a cabeça em seu corpo, iria entregar-se à sua proteção... e então, quando o unicórnio estivesse indefeso, caçadores atacariam!”. Essa citação, aparentemente aleatória, será a base do desfecho.   


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