Uma das inovações de Grant Morrison no Homem-Animal foi trazer a política para o título. Não que outros roteiristas não abordassem o assunto na DC, mas era sempre de forma simbólica, não direta, como parábola.
Morrison meteu o dedo na ferida ao abordar o
apartheid sul africano no número 13 da revista.
A história trata do bárbaro sistema separatista da África do Sul.
Na trama, um jovem Negro tenta passar para um
repórter um rolo com fotos dos abusos perpetrados pelo regime. Ele é pego e
torturado e tudo leva a crer que será morto.
Paralelo a isso, o Homem-Animal encontra no
aeroporto o Fera Bwana, que lhe informa que passará o cargo para outra pessoa,
escolhida através de um ritual.
Sempre que soids heróis se encontram, eles brigam.
A conversa entre os dois traz uma sequência
interessante, na qual o roteirista crítica a regra Marvel importada pela DC
segundo a qual sempre que dois heróis se encontram pela primeira vez, eles
devem brigar.
Só o colo de uma virgem pode aplacar a ira de um unicónio.
Morrison introduz na trama uma informação relacionada
ao unicórnio: “Era uma fera indomável, o unicórnio”, conta o torturador. “Oh,
parecia maravilhoso e inocente, mas aquele terrível corno foi feito para matar!
A única coisa que podia aplacar o unicórnio era uma virgem! Uma moça imaculada!
A fera deitaria a cabeça em seu corpo, iria entregar-se à sua proteção... e então,
quando o unicórnio estivesse indefeso, caçadores atacariam!”. Essa citação,
aparentemente aleatória, será a base do desfecho.
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