Tailândia. No dia 23 de junho de 2018 de 12 meninos entre 11 e 16 anos resolveram entrar numa caverna para comemorar a vitória numa partida de futebol. O técnico os acompanhou. Quando já estavam adiantados na caverna, começou a chover forte e, na tentativa de fugir do alagamento, eles foram entrando cada vez mais no local, até chegarem o ponto de ficarem totalmente isolados.
Uma equipe de resgate incluindo mergulhadores especializados de diversos países se envolveu na tentativa de resgate. Os garotos e o treinador tinham se refugiado num local a quilômetros da entrada e a operação de salvamento, mesmo para mergulhadores treinados era extremamente difícil. A água era turva, quase impossível de ver (alguns mergulhadores diziam que era como café frio). Além disso, alguns trechos eram tão estreitos que os mergulhadores tinham que tirar os tubos de oxigênio para conseguirem passar. A viagem inteira, quase o tempo todo dentro da água, durava de seis a oito horas.
O local era um labirinto tão difícil que os garotos só foram encontrados nove dias depois. A travessia era tão árdua que um dos mergulhadores morreu na tentativa de chegar aos garotos. Como resgatar crianças que nunca tinham mergulhado na vida, ainda mais nessas condições? Para piorar, uma chuva ainda mais forte está vindo, o que pode tornar impossível o resgate.
É esse desafio que Ron Howard mostra no filme 13 vidas, recente lançamento do Amazon Prime Vídeo. Diretor de clássicos como Cocoon e Uma mente brilhante, Howard é competente até mesmo quando dirige filmes meramente comerciais, como O código Da Vinci. E aqui ele encontra uma história que reúne todos os elementos para um bom filme. A história real já é repleta de suspense, algo muito bem aproveitado pelo diretor, assim como o elemento humano, outra grande especialidade de Howard. O filme consegue explorar muito bem o quanto parecia impossível o resgate e como era ousada a estratégia usada para o mesmo. Ajuda muito a escolha inteligente do diretor de fazer imagens focadas, dando uma impressão de claustrofobia. O diretor também inclui mapas que ajudam o expectador a entender o desafio.
Tudo é muito bem aproveitado: a apreensão dos parentes das vítimas, as dúvidas dos mergulhadores, o trabalho dos centenas de voluntários, que ajudaram a tirar água da caverna.
Talvez por isso 13 vidas não tenha momentos marcantes. Todos os momentos são marcantes. É um filme linear, que mantém o interesse do expectador durante todos o tempo de 2 horas e 27 minutos.
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