quinta-feira, novembro 21, 2024

A testemunha ocular do crime, de Agatha Christie

 

Durante uma viagem, dois trens alinham por alguns minutos e, nesse curto período de tempo, uma velhinha vê um homem esganando uma mulher até a morte. Esse é o início do livro A testemunha ocular do crime, de Agatha Christie.

Claro que a velhinha da história é amiga de Jane Marple, a simpática octuagenária de muitos romances policiais. No início as duas são totalmente ignoradas pela polícia, afinal, nenhum corpo é encontrado, o que faz com que Marple contrate uma empregada freelancer que é encubida de se empregar em uma propriedade onde o corpo teria sido jogado do trem e depois escondido.

O corpo estava, de fato, num sarcófago em um galpão, mas esse é apenas o pontapé inicial da trama. A pergunta que acompanha os personagens e o leitor a todo momento é: quem é a mulher e por quem e por qual motivo ela foi assassinada? A pista mais segura diz respeito ao filho mais velho, morto durante a II Guerra Mundial. Ele tivera tempo de se casar e, anos depois, a esposa entrara em contato com a família dizendo ter um filho, que seria um dos herdeiros.

A suspeita recai sobre todos os membros da família. Qualquer um poderia ter assassinado a mulher com o objetivo de evitar que a herança fosse dividida. Posteriormente, quando membros da família começam a morrer envenenados, a situação se torna ainda mais complexa.

Agatha Christie constrói a sua trama com meticulosidade de uma velhinha fazendo crochê e juntando as pontas da linha. Tudo se encaixa muito bem, inclusive uma surpreendente reviravolta ali pelo início do terceiro ato.

Esse pode não ser o livro mais famoso da escritora, mas certamente é uma leitura divertida e instigante.

Em tempo: eu não consegui descobrir quem era o assassino da história.

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