Durante uma viagem, dois trens alinham por alguns minutos e, nesse curto período de tempo, uma velhinha vê um homem esganando uma mulher até a morte. Esse é o início do livro A testemunha ocular do crime, de Agatha Christie.
Claro que a velhinha da
história é amiga de Jane Marple, a simpática octuagenária de muitos romances
policiais. No início as duas são totalmente ignoradas pela polícia, afinal,
nenhum corpo é encontrado, o que faz com que Marple contrate uma empregada
freelancer que é encubida de se empregar em uma propriedade onde o corpo teria
sido jogado do trem e depois escondido.
O corpo estava, de fato,
num sarcófago em um galpão, mas esse é apenas o pontapé inicial da trama. A
pergunta que acompanha os personagens e o leitor a todo momento é: quem é a
mulher e por quem e por qual motivo ela foi assassinada? A pista mais segura
diz respeito ao filho mais velho, morto durante a II Guerra Mundial. Ele tivera
tempo de se casar e, anos depois, a esposa entrara em contato com a família
dizendo ter um filho, que seria um dos herdeiros.
A suspeita recai sobre
todos os membros da família. Qualquer um poderia ter assassinado a mulher com o
objetivo de evitar que a herança fosse dividida. Posteriormente, quando membros
da família começam a morrer envenenados, a situação se torna ainda mais
complexa.
Agatha Christie constrói
a sua trama com meticulosidade de uma velhinha fazendo crochê e juntando as
pontas da linha. Tudo se encaixa muito bem, inclusive uma surpreendente
reviravolta ali pelo início do terceiro ato.
Esse pode não ser o
livro mais famoso da escritora, mas certamente é uma leitura divertida e
instigante.
Em tempo: eu não
consegui descobrir quem era o assassino da história.
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