De como meu atraso ao pegar o trem em Londres provocou a independência do Brasil
Já é por demais conhecido o fascínio que minha presença exerce sobre as mulheres de qualquer espécie, uma paixão desenfreada que quase me custou a vida quando passava férias na África Meridional. Mas essa é uma história que contarei em outra oportunidade. No momento, vou diverti-los um pouco, aproveitando para dar-lhes algumas lições sobre nobreza e cavalheirismo, contando a história de como a paixão de uma dama inglesa e meu atraso ao tomar o trem em Londres provocou a Independência de um simpático país do Novo Mundo chamado Brasil.Talvez não seja de conhecimento de todos que a corte portuguesa precisou ausentar-se momentaneamente de Lisboa, premida que estava pela necessidade de ver e apreciar novos ares e, também, porque Napoleão Bonaparte lhes estava nos calcanhares.Uma vez no Novo Mundo, o bom D. João VI percebeu que precisaria deixar um governante nas novas terras quando os homens de Napoleão se cansassem dos fados portugueses. E, fiel ao preceito de que o melhor pirão é o de casa, deixou seu filho, que, no entanto, já se enfadava com as mulheres nativas. Assim, o bom pai prometeu ao filho que lhe enviaria algumas damas européias e, como a Inglaterra era aliada de Portugal, não poderiam vir de outro local esses novos regalos para o jovem príncipe.
Como nessa época eu estava em visita a Portugal e como era o oficial mais eficiente e mais garboso disponível, fui escolhido para a importante missão de negociar com uma respeitável dama de Londres uma remessa para o príncipe.
Ocorre que tal dama não só era respeitável, como era também de bom gosto e não se furtou a se apaixonar por mim, de modo que nos enfurnamos em uma casa aos arredores da capital inglesa e quando saí de lá, descobri que o trem já havia partido.
Como o trem me levaria ao navio, perder o trem era o mesmo que perder o navio, e perder o navio era fracassar na missão. Assim, não tendo o que fazer, voltei para os braços da formosa Dama e nos divertimos mais um pouco.
Foi quando me lembrei de um expediente que utilizei quando do cerco a um castelo no qual estava entrincheirado e procurei o responsável pelos canhões da Rainha. Ele só me pediu uma bola de canhão em troca do que eu lhe solicitava e consegui uma no mercado negro por meras 2 libras. Assim, coloquei-me à frente do canhão e esperei que ele fosse acionado. Assim que ouvi o estrondo, agarrei-me à bola que saía dele e assim fui parar na França.
Usando esse método, fui viajando de lugar em lugar até chegar à África a uma rapidez absurda. Infelizmente os canhões africanos mal alcançavam até o meio do oceano Atlântico e tive de nadar o restante para chegar ao Rio de Janeiro. Todos sabem que sou um ótimo nadador e a verdade é que eu teria chegado antes do barco, não fosse a idéia que me ocorreu de levar comigo a bola de canhão como lembrança dessa fantástica viagem, o que, confesso, me atrasou algum tanto.
O fato é que quando o príncipe viu o navio chegando e não me encontrou a bordo, concluiu que seu pai falhara com ele e decidiu proclamar a independência do país, garantindo assim, para si, um estoque mais constante de moçoilas européias e nativas.
Quando cheguei à praia, descobriram o que havia acontecido, mas já era tarde demais. Assim, os entusiastas da Independência me proclamaram bem-feitor e pude comemorar por 10 dias naquelas terras abençoadas pelo sol. Do dia para noite virei herói nacional e até hoje o dia 31 de março é dedicado à minha memória, dia esse em que os militares brincalhões saem às ruas para comemorar de modo saudável dando tiros para o alto, dançando rumba e derrubando presidentes. Senhores, essa é a minha história, na qual asseguro de que todas as palavras são verdade. E, se algum falastrão duvidar, fá-lo-ei engolir uma garrafa de conhaque com vidro e tudo. Agora, se me dão licença, preciso me recolher aos meus aposentos. Há uma dama lá necessitando urgente de meus atributos... e não é lícito deixar uma dama em sozinha em tal estado...
Como nessa época eu estava em visita a Portugal e como era o oficial mais eficiente e mais garboso disponível, fui escolhido para a importante missão de negociar com uma respeitável dama de Londres uma remessa para o príncipe.
Ocorre que tal dama não só era respeitável, como era também de bom gosto e não se furtou a se apaixonar por mim, de modo que nos enfurnamos em uma casa aos arredores da capital inglesa e quando saí de lá, descobri que o trem já havia partido.
Como o trem me levaria ao navio, perder o trem era o mesmo que perder o navio, e perder o navio era fracassar na missão. Assim, não tendo o que fazer, voltei para os braços da formosa Dama e nos divertimos mais um pouco.
Foi quando me lembrei de um expediente que utilizei quando do cerco a um castelo no qual estava entrincheirado e procurei o responsável pelos canhões da Rainha. Ele só me pediu uma bola de canhão em troca do que eu lhe solicitava e consegui uma no mercado negro por meras 2 libras. Assim, coloquei-me à frente do canhão e esperei que ele fosse acionado. Assim que ouvi o estrondo, agarrei-me à bola que saía dele e assim fui parar na França.
Usando esse método, fui viajando de lugar em lugar até chegar à África a uma rapidez absurda. Infelizmente os canhões africanos mal alcançavam até o meio do oceano Atlântico e tive de nadar o restante para chegar ao Rio de Janeiro. Todos sabem que sou um ótimo nadador e a verdade é que eu teria chegado antes do barco, não fosse a idéia que me ocorreu de levar comigo a bola de canhão como lembrança dessa fantástica viagem, o que, confesso, me atrasou algum tanto.
O fato é que quando o príncipe viu o navio chegando e não me encontrou a bordo, concluiu que seu pai falhara com ele e decidiu proclamar a independência do país, garantindo assim, para si, um estoque mais constante de moçoilas européias e nativas.
Quando cheguei à praia, descobriram o que havia acontecido, mas já era tarde demais. Assim, os entusiastas da Independência me proclamaram bem-feitor e pude comemorar por 10 dias naquelas terras abençoadas pelo sol. Do dia para noite virei herói nacional e até hoje o dia 31 de março é dedicado à minha memória, dia esse em que os militares brincalhões saem às ruas para comemorar de modo saudável dando tiros para o alto, dançando rumba e derrubando presidentes. Senhores, essa é a minha história, na qual asseguro de que todas as palavras são verdade. E, se algum falastrão duvidar, fá-lo-ei engolir uma garrafa de conhaque com vidro e tudo. Agora, se me dão licença, preciso me recolher aos meus aposentos. Há uma dama lá necessitando urgente de meus atributos... e não é lícito deixar uma dama em sozinha em tal estado...
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