Ao mesmo tempo, ele
começa a ter delírios com os pais e com vilões.
Batman existe mesmo ou é só uma fantasia de Bruce Wayne?
Esse é o mote da minissérie
Máscara, de Brian Talbot, publicada na série Contos de Batman. É uma proposta
instigante, que deixa o leitor em eterna dúvida, assim como o personagem:
aquilo está realmente acontecendo ou é tudo algum tipo de ilusão criada por um
vilão?
Os melhores trechos da
história são as conversas com o psicólogo da instituição. Segundo ele, o casal
Wayne não só foi assassinado, mas também deixou dívidas enormes, deixando Bruce
na miséria. “No orfanato, você sofreu Bullying constante. Fugiu aos catorse
anos e logo sucumbiu ao alcoolismo”, informa ele.
Bruce Wayne começa a ter alucinações com os pais.
Brian Talbot faz referências
diretas à série Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller, mas o faz para refletir
sobre o personagem: “Você se refugia na identidade do Batman para tentar
controlar seu mundo. A vida real não faz sentido para você. Ela assassinou seus
pais e o prejudica desde a infância. Você enxerga o mundo como um caos sem sentido.
Sente que precisa impor a ordem”, explica o psicólogo. “Basicamente, é um
impulso fascista que muitos compartilham”.
O nome da série
refere-se diretamente aos estudos de Jung sobre personalidade. “Sabia que,
originalmente, a palavra persona significava máscara?”, diz o psicólogo. “Segundo
Jung, trata-se da personalidade assumida por um indivíduo em adaptação ao mundo
externo”.
Os melhores trechos são as falas do psicólogo.
Há também uma sequência
em que a Mulher-Gato aparece para o herói em seu delírio. “Sou a sua fantasia
sexual”, ela diz. “O seu fetiche em couro”.
No final, quando a
situação finalmente é explicada, o resultado parece muito aquém do que se poderia
esperar. Máscaras vale principalmente pelo curioso estudo de personagem, pela
crítica implícita, e pela forma como o personagem reage a situações extremas.
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