sexta-feira, novembro 15, 2024

Perry Rhodan – Os salvadores da Crest

 


No primeiro número do ciclos Os senhores da galáxia, a nave Crest II, onde estava Perry Rhodan, é transportada para um ponto entre a via láctea e galáxia de Andrômeda. A água desaparece da nave e tudo leva a crer que todos dentro da nave irão morrer se não receberem ajuda.

O número 202 começa exatamente nessa situação, mas do ponto de vista dos que ficaram e que organizam uma missão de resgate através de uma nave dos pós-bis, a raça cibernética (sim, Perry Rhodan antecipou esse conceito, que seria amplamente utilizado por Jornada nas Estrelas – a nova geração).

Embora seja um volume parado, com poucos acontecimentos, ele é escrito por Clark Darlton, um autor que já exibira seus talentos nos primeiros volumes e aqui mostra que evoluiu com o tempo. Seu texto fluído faz com que a leitura seja agradável.

A capa alemã. 


Além disso, Darlton inclui um intermeio, um capítulo inteiro em que uma nave terrestre encontra uma nave que parece abandonada e à deriva. Ao investigarem, descobrem que ela não está à deriva, mas tem um destino muito bem traçado. Toda a sequência apresenta um suspense muito bem narrado, dando ao leitor a impressão de que algo vai acontecer a qualquer momento. Como li poucos números posteriores, não sei se essa nave terá papel fundamental na saga, mas o capítulo vale a leitura, como se fosse um conto no meio de uma trama maior.

No seguimento principal, quem se destaca é o rato-castor Geco, um dos filhotes salvos por Gucky quando o planeta Vagabundo foi destruído. Aqui ele já é um jovem audacioso, que tem papel fundamental no salvamento dos terranos. Geco, Gucky e Icho Tolot são os personagens mais carismáticos do livro e talvez de todo o ciclo.

Uma curiosidade específica é que o livro que li foi comprado em um sebo e pertencia originalmente a um tal de Marcos Baumann. Eu sempre gostei de livros de sebos porque eles quase sempre trazem uma história. Nesse caso, isso é mais que verdadeiro. Baumann era um leitor atento. Corrigia erros de revisão (como, por exemplo, quando o texto se referia ao personagem errado) e fazia, ao final dos capítulos, comentários muito interessantes. Há, por exemplo, um comentário sobre a possiblidade de existência dos pós-bis e de como, na época, já se pensava em um computador feito de plasma de DNA. Em outro comentário, ele fala da teoria da semeadura e faz a interligação com o capítulo. Isso fez com que o livro se tornasse duplamente interessante.

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