A rota para andromeda, escrito por K. H. Scheer,
inicia o ciclo dos Senhores das Galáxias, considerado pelos leitores um dos
melhores ou até o melhor de toda a série.
O livro é marcado pela estreia de um
personagem carismático e marcante: o halutense Icho Tolot. Esse personagem é
uma quebra total com a fase inicial da série, na qual todos os personagens não
humanos eram considerados vilões. Scheer o descreve assim: “Tolot parecia um
verdadeiro monstro trajado de verde, com olhos brilhantes avermelhados, em
baixo dos quais havia um nariz quase imperceptível e uma boca larga, que antes
parecia a goela de um animal”. Além disso, Tolot tem quatro braços e tamanho
descomunal e sua raça é bissexual. Seu corpo pode enrijecer a ponto de se
tornar praticamente indestrutível e ele pode, como um míssil, percorrer distâncias
de centenas de quilômetros sem se cansar. Para completar o quadro, Tolot pode
se alimentar de qualquer coisa, inclusive pedras.
O personagem se envolve na história, quando
outro halutense resgata astronautas terranos que parecem ter enlouquecido. Tolot
se oferece para leva-los aos terranos movido pelo que os halutenses chamam de “lavagem
forçada”, um impulso irresistível à aventura.
Quando chega ao planeta onde estão Rhodan e
o comando maior do império solar, a desconfiança é geral, em especial da parte
de Atlan, que num passado distante tivera uma experiência desagradável com
halutenses. Rhodan, no entanto, trata o monstro como um hóspede.
- Sinto-me satisfeito porque o senhor
conseguiu superar a impressão causada por minha aparência. Uma inteligência só
pode ser considerada amadurecida quando é capaz de avaliar as outras criaturas
exclusivamente com base em critérios espirituais e morais. – diz o halutenese.
De certa forma, essa fala reflete o
amadurecimento dos próprios autores da série. Curiosamente, o primeiro personagem
a se afeiçoar ao recém-chegado é Gucky, o primeiro personagem não humano da série
que não foi mostrado como vilão.
Mas, como um bom livro da série Perry
Rhodan, este aqui precisava de ação e essa começa quando um frota terrana vai
ao local em que foram resgatados os astronautas e encontra uma impossibidadade
astrômica: seis sois alinhados exatamente para formar um hexágono, um conjunto
que torna-se um meio de transportar naves para o longícuo sistema de Andrômeda.
Mas o mecanismo é uma armadilha mortal para
naves não autorizadas, de modo que os terranos só conseguem sobreviver graças à
intervenção e Tolot.
A rota para Andrômeda é um início grandioso
e surpreendente para um dos ciclos mais importantes da série.
Em tempo: a nave usada pelos terranos é a
Crest, uma homenagem ao cientista arcônida morto no final do segundo ciclo.
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