quarta-feira, dezembro 11, 2024

Duna: o clássico da ficção científica finalmente ganha uma adaptação à altura

 


Na década de 1970 o diretor Jodorowsky tentou adaptar o romance Duna, de Frank Herbert e não conseguiu em decorrência dos custos exorbitantes do projeto. Na década de 1980, o primeiro livro ganhou um filme. Apesar de dirigido por David Linch, um dos melhores  diretores da época, as intervenções feitas pelo produtores tornaram a obra uma verdadeira bomba.

Parecia impossível fazer uma adaptação cinematográfica de Duna à altura dos livros. Denis Villeneuve mostrou que isso é possível. Villeneuve parece ter aprendido com todas as tentativas anteriores. Seu filme é grandioso como sonhado por Jodorowsky e consegue contar uma história complexa, repleta de detalhes sem ser confuso.

A trama é focada em Paul Atreides. Ele é filho do Duque Atreides, que acabou de ganhar do imperador o domínio sobre o desértico planeta Arrakis. O local é o mais cobiçado do universo por ser o único onde se encontram as especiarias, fundamentais para as viagens espaciais. Mas o presente na verdade é uma armadilha que poderá levar ao fim da família Artreides. Tudo leva a crer, no entanto, que Paul é um messias, enviado para tirar os habitantes de Arrakis da opressão.

Essa trama complexa repleta de personagens marcantes e de reviravoltas envolve tramas palacianas, misticismo e ação. Os vermes de areia, principais predadores de Arrakis, tornaram-se uma figura tão marcante que geraram diversas homenagens e imitações.

Villeneuve dá conta do recado, a começar pelo visual impressionante e pela tecnologia inventada para o filme, como os veículos que voam como libélulas.

O diretor não caiu na armadilha de produzir uma obra de pura ação desenfreada. A ação quando ocorre, está serviço da história. Nesse sentido ajuda muito a ótima escolha de atores, com destaque para Timothée Chalamet, que interpreta Paul Atreides e Rebecca Ferguson, que interpreta Jessica Atreides, mãe de Paul. Com um ótimo uso de olhares e expressões faciais, os dois brilham até mesmo em cenas de ação.  

Acrescente a isso a ótima trilha sonora de Hans Zimmer e temos um filme deslumbrante.

Só nos resta que a obra tenha sucesso o bastante para que tenha sequências e a história seja contada até o final. Seria um pecado se ficasse apenas nesse primeiro filme.

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