Parece ser uma tradição da Netflix lançar todos os finais de anos um filme apocalíptico. Em 2023, é O mundo depois de nós, de Sam Esmail.
A trama parte de uma premissa interessante: no mundo atual, somos extremamente dependentes da comunicação global. Internet, celulares, os mais variados tipos de aparelhos estão todos conectados. Se alguém tivesse acesso a todo o sistema de um país, não só o deixaria isolado, como poderia provocar desastres e levar os seus habitantes a um estado de barbárie.
A história gira em torno de uma família cuja matriarca decide alugar uma casa nas proximidades da praia como uma espécie de férias.
O primeiro indício de que algo está errado ocorre já na praia, quando um petroleiro desgovernado invade o local, em uma cena impressionante em que todos os banhistas correm para salvar suas vidas. A cena serve apenas para demonstrar que há algo errado está acontecendo e deixar o expectador em um estado constante de tensão. No entanto, o terror de O mundo depois de nós se funda principalmente no que não é mostrado. O horror é o que ainda está por vir, criando um estado constante de expectativa e tensão. Aliás, o final em aberto funciona exatamente por não mostrar o que acontece em seguida.
A esse cenário acrescenta-se mais um, quando os verdadeiros donos da casa batem na porta no meio da noite, procurando refúgio, o que gera um conflito interno entre as duas famílias, a começar pela desconfiança mútua.
Ao final, muito além do suspense e dos sustos, O mundo depois de nós vale principalmente pela reflexão sobre como nosso mundo se tornou excessivamente dependentes da tecnologia.
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