Um dos problemas da série Perry Rhodan é que
a tecnologia superior dos terranos e principalmente os mutantes, faziam com que
as dificultades fossem solucionadas de forma muito fácil, o que muitas vezes
gerava desinteresse dos leitores.
Essa crítica não pode ser feita ao início do
ciclo conhecido como senhoras da galáxia.
No número 212 da série Perry Rhodan, os
humanos foram reduzido a mil vezes seu tamanho normal. A redução fez com que todos
os equipamentos baseados em energia atômica deixassem de funcionar. Da mesma
forma, todos os mutantes perderam seus poderes. Ou seja: os humanos estão
presos dentro de um vale a milhares de quilômetros de distância do equipamento
que poderia levá-los de volta ao tamanho normal. Para sair do local eles contam
apenas com aviões do modelo antigo, como os que são usados nos dias atuais.
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Capa da edição alemã. |
Acontece que o primeiro vôo teste, comandado
pelo Capitão Don Redhorse, o avião acaba sendo abatido ao ultrapassar uma
colina e seus ocupantes aprisionados em uma fortaleza habitada por robôs.
Apesar de ser um escrito por William Voltz, o
melhor autor da série, esse é um volume mediano, provavelmente porque Voltz não
encontrou na trama a oportunidade de exercitar sua qualidade mais marcante: o
humanismo e a visão aprofundada das inteligências alienígenas. Uma cidade
governada por robôs dava poucas oportunidades nesse sentido.
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O personagem de Alan Moore. |
Entretanto, há pelo menos uma grande inovação
na história: os robôs na verdade são veículos de seres orgânicos, cuja essência
está guardada em globos colocados nos ombros dos mesmos. Assim, um habitante da
microfortaleza pode, por exemplo, mudar de corpo quando o antigo apresenta
algum problema.
Anos depois, na década de 1990, Alan Moore
explorou o conceito em uma das revistas a série 1963, com um personagem,
Hypernauta, cuja essência estava um globo que usava corpos robóticos (era a sua
versão para o Homem de Ferro). Eu fico me perguntando se Moore leu ou ouviu
falar dessa história de Perry ou se foi apenas uma grande coincidência.
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