Nos números 23 e 24 da revista do
Homem-Animal, Grant Morrison alterna duas tramas. Em uma delas, o Homem-Animal
volta ao passado, tentando salvar sua família, e acaba indo parar na década de
1960. Lá ele encontra com o Vingador Fantasma, Jason Blood (a identidade humana
de Etrigan) e o Homem-Imortal, aqui caracterizado como um hippie. Essa trama se
resume a uma conversa entre os quatro.
Em uma trama paralela, o Pirata Psíquico, o
único que se lembra como eram as coisas antes da Crise, começa a trazer de
volta os personagens obliterados durante o crossover, entre eles uma versão
maligna do Super-homem que pode destruir o mundo.
![]() |
O Pirata Psíquico traz de volta vários personagems obliterados pela Crise. |
A metalinguagem, que era apenas entrevista
nas edições anteriores, aqui torna-se explícita. O Homem-Animal consegue passar
por entre os quadros e até mesmo ficar nas sarjetas.
Algo que aparecia ocasionalmente nas
edições anteriores era Morrison escrevendo a história e aqui esse recurso
também aparece com muito mais destaque. “Close nas teclas de um processador de
texto. As letras no teclado estão esperando para se tornarem palavras”, diz a
legenda.
![]() |
Metalinguagem: O Homem-Animal "passeia" entre os quadros. |
Na belíssima capa de Brian Bolland, vemos o
pirata psíquico caído no chão, em um estado lamentável. Revistas de quadrinhos
se espalham ao seu redor e uma delas parece sair de seus olhos, em uma
representação visual metalinguística do fato do vilão estar trazendo
personagens esquecidos do limbo.
Apesar do aspecto interessante e criativo
de brincar com a metalinguagem, usando-a como elemento narrativo, a verdade é
que toda essa trama não parece levar a lugar nenhum. Afinal, toda a questão da
viagem no tempo era uma tentativa de trazer Buddy Baker de volta a família e o
roteiro parece esquecer isso. O próprio Morrison, em uma história posterior,
falaria disso, em uma auto-crítica.
Sem comentários:
Enviar um comentário