terça-feira, abril 01, 2025

Homem-Animal – Crise

 

Nos números 23 e 24 da revista do Homem-Animal, Grant Morrison alterna duas tramas. Em uma delas, o Homem-Animal volta ao passado, tentando salvar sua família, e acaba indo parar na década de 1960. Lá ele encontra com o Vingador Fantasma, Jason Blood (a identidade humana de Etrigan) e o Homem-Imortal, aqui caracterizado como um hippie. Essa trama se resume a uma conversa entre os quatro.

Em uma trama paralela, o Pirata Psíquico, o único que se lembra como eram as coisas antes da Crise, começa a trazer de volta os personagens obliterados durante o crossover, entre eles uma versão maligna do Super-homem que pode destruir o mundo.

O Pirata Psíquico traz de volta vários personagems obliterados pela Crise. 



A metalinguagem, que era apenas entrevista nas edições anteriores, aqui torna-se explícita. O Homem-Animal consegue passar por entre os quadros e até mesmo ficar nas sarjetas.

Algo que aparecia ocasionalmente nas edições anteriores era Morrison escrevendo a história e aqui esse recurso também aparece com muito mais destaque. “Close nas teclas de um processador de texto. As letras no teclado estão esperando para se tornarem palavras”, diz a legenda.

Metalinguagem: O Homem-Animal "passeia" entre os quadros.


Na belíssima capa de Brian Bolland, vemos o pirata psíquico caído no chão, em um estado lamentável. Revistas de quadrinhos se espalham ao seu redor e uma delas parece sair de seus olhos, em uma representação visual metalinguística do fato do vilão estar trazendo personagens esquecidos do limbo. 

Apesar do aspecto interessante e criativo de brincar com a metalinguagem, usando-a como elemento narrativo, a verdade é que toda essa trama não parece levar a lugar nenhum. Afinal, toda a questão da viagem no tempo era uma tentativa de trazer Buddy Baker de volta a família e o roteiro parece esquecer isso. O próprio Morrison, em uma história posterior, falaria disso, em uma auto-crítica.

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