Pioneirismos à parte, Sabre, lançada aqui pela Nova Sampa, é uma tremenda história, em que um texto impecável se junta a um Paul Gulacy em plena forma.
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A história se passa em um futuro apocaliptico. |
A história se passa em um futuro distópico. Uma epidêmica devastou boa parte da população. Vazamentos atômicos contaminaram estados inteiros. Em paralelo a isso, pessoas começaram a colecionar armas antigas com melhorias futuristas (o que garante o visual futurístico retrô da história).
Nesse futuro, um forte movimento rebelde se espalha pelos estados unidos e o governo responde não só com uma forte repressão como com uma lavagem cerebral intitulada sincronização.
A trama é focada em Sabre, o líder da revolução, que embarca em uma jornada para libertar seus companheiros presos. A ele junta-se Melissa Siren, a primeira pessoa a nascer de forma artificial, sendo gerada em laboratório.
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Os personagens chegam a dançar uma valsa em meio a reflexões. |
Ao contrário do que se poderia esperar, Sabre e Siren não enfrentam uma forte oposição ao entrar no local, um antigo parque de diversões repleto de animatrônicos.
Don McGregor constrói a trama de forma que eles andam pelo local, chegando a dançar uma valsa e a confraternizar com sereias em meio a reflexões filosóficas e sociológicas.
Quando, no entanto, a ação acontece, ela simplesmente explode nas páginas, de forma initerrputa. O traço fotográfico de Gulacy impressiona e se destaca nas cenas de ação – vale lembrar que o artista vinha da série Mestres do Kung Fu.
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Quando começa, a ação explode nas páginas. |
Essa história também se destaca por mostrar uma relação inter-racial, já que é Sabre é negro e Siren branca, o que certamente deve causado sensação entre os leitores à época.
Uma curiosidade é que essa história foi feita em vista da insatisfação de McGregor com o pouco pagamento recebido na Marvel e pelo fato de não receber royalties. Tanto que ele aceitou receber só 300 dólares pela história, prevendo que conseguiria depois um valor maior com os direitos. A história chegou a atrasar porque algumas páginas enviadas por Gulacy se extraviaram quando o carteiro não conseguiu entregar na casa do roteirista. Mesmo assim, o desenhista se empenhou igualmente na nova página, tanto que é impossível, hoje em dia, saber quais páginas foram refeitas.
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