quarta-feira, agosto 27, 2025

As mil caras de Jack, o estripador

 


Os espanhóis Antônio Segura (roteiro) e José Ortiz (desenhos) são uma das duplas mais afinadas dos quadrinhos mundiais. Suas histórias sempre nos surpreendem e trazem diversas camadas de significado, mesmo sendo HQs curtas. É o que podemos ver no álbum As mil caras de Jack, o estripador, lançado por aqui pela editora Figura.

Segura e Ortiz parte do fenômeno Jack, o estripador, mas não se limitam a contar sua história. Sua abordagem é muito mais a respeito de como o serial killer influenciou uma geração de assassinos, que podem ser as pessoas menos suspeitas.

O álbum reflete sobre a influência de Jack sobre outros assassinos. 


Assim, cada história traz um assassino. Um deles pode ser o verdadeiro Jack, ou talvez nenhum seja, ou talvez todos sejam. Sobre esse padrão fixo, Segura imagina as mais diferentes e surpreendentes tipos de abordagens.

Isso é representado pela primeira história, homônima ao álbum, no qual um jovem policial vê uma das mulheres estripadas por Jack e fica obcecado a ponto de decidir se tornar ele mesmo um novo Jack. Mas quando decide matar uma mulher é surpreendido pelo verdadeiro Jack (ou não).

Um estrangulador volta para pegar seu relógio. 


Seguem-se a mais diversas abordagens: um estrangulador que deixa o relógio na mão da vítima e volta para buscar;  uma velha mendiga que diz saber a identidade real de Jack; um traficante chinês cuja filha foi desonrada que contrata um suposto Jack para vingar a moça... o álbum poderia se chamar variações sobre o mesmo tema. E cada variação consegue ser mais surpreendente e inusitada que a outra.

Misturando terror, humor ácido e ironia do destino, o álbum As mil caras de Jack, o estripador é daquelas leituras que te seguram da primeira à última página.

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