quarta-feira, agosto 13, 2025

Perry Rhodan – Arrastados pra Andro-Alfa

 


O número 221 da série Perry Rhodan gira em torno de um plano do Marechal Mercant pra descobrir os planos dos alienígenas maahks, cujas naves estão se acumulando em torno do planeta Horror. Eles teriam o objetivo de atacar a Terra? Para descobrir o que está acontecendo, ele recruta um grupo de soldados cuja missão é libertar alguns maahks aprisionados pelos terranos e se infiltrarem como espiões nas linhas inimigas. Como dificilmente eles conseguirão voltar, são escolhidos homens infectados por uma doença que os fará morrer em breve.

A trama já é interessante, mas se torna ainda melhor por ser escrita por William Voltz, o melhor autor da série. Voltz escreve a história do ponto de vista de um dos soldados recrutados, como se fosse um diário que ele estivesse escrevendo. Como resultado, temos trechos deliciosos, como: “A nave Explorer 8080 em que eu viajava pousou num dos pequenos planetas desérticos cujo aspecto é pacato que nem o da cozinha da vovó – e que na verdade são venenosos que nem o cachimbo do vovô”.

Voltz caracteriza muito bem os personagens, mostrando que preferia trabalhar com personagens secundários do que os medalhões da série, como Rhodan. Destaque para o carismático Major Sorlund, cujo comportamento fleumático nos traz alguns dos momentos mais interessantes do livro – alguns muito próximos do humor.

A capa original alemã. 


A missão é mais difícil do que parece, pois todos devem acreditar que eles de fato estão cometendo um ato de traição, o que significa que os soldados precisarão driblar todo o esquema de segurança da base espacial – o que ocupa a maior parte do livro.

Quando eles finalmente conseguem fugir com os alienígenas, o livro entra em outra fase, agora de horror psicológico, pois tudo leva a crer que o plano deu errado e o destino dos personagens será uma morte terrível.

No livro os personagens não são mostrados como heróis imbatíveis. Voltz humaniza-os com frases como: “No interior da cabine eu tive medo. Quando chega a hora em que você encara a morte frente a frente, você acha que cada dia que ainda pode viver é uma grande benção”.

É possível que o escritor já estivesse treinando para elaborar uma equipe de personagens secundários carismática, como a que protagonizaria os números 241 e 242 da série, com a história do Planeta dos Pântanos.

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