O número 221 da série Perry Rhodan gira em torno de um plano do Marechal Mercant pra descobrir os planos dos alienígenas maahks, cujas naves estão se acumulando em torno do planeta Horror. Eles teriam o objetivo de atacar a Terra? Para descobrir o que está acontecendo, ele recruta um grupo de soldados cuja missão é libertar alguns maahks aprisionados pelos terranos e se infiltrarem como espiões nas linhas inimigas. Como dificilmente eles conseguirão voltar, são escolhidos homens infectados por uma doença que os fará morrer em breve.
A trama já é interessante, mas se torna ainda melhor por
ser escrita por William Voltz, o melhor autor da série. Voltz escreve a
história do ponto de vista de um dos soldados recrutados, como se fosse um
diário que ele estivesse escrevendo. Como resultado, temos trechos deliciosos,
como: “A nave Explorer 8080 em que eu viajava pousou num dos pequenos planetas
desérticos cujo aspecto é pacato que nem o da cozinha da vovó – e que na
verdade são venenosos que nem o cachimbo do vovô”.
Voltz caracteriza muito bem os personagens, mostrando que preferia
trabalhar com personagens secundários do que os medalhões da série, como
Rhodan. Destaque para o carismático Major Sorlund, cujo comportamento fleumático
nos traz alguns dos momentos mais interessantes do livro – alguns muito
próximos do humor.
A missão é mais difícil do que parece, pois todos devem
acreditar que eles de fato estão cometendo um ato de traição, o que significa
que os soldados precisarão driblar todo o esquema de segurança da base espacial
– o que ocupa a maior parte do livro.
Quando eles finalmente conseguem fugir com os alienígenas,
o livro entra em outra fase, agora de horror psicológico, pois tudo leva a crer
que o plano deu errado e o destino dos personagens será uma morte terrível.
No livro os personagens não são mostrados como heróis
imbatíveis. Voltz humaniza-os com frases como: “No interior da cabine eu tive
medo. Quando chega a hora em que você encara a morte frente a frente, você acha
que cada dia que ainda pode viver é uma grande benção”.
É possível que o escritor já estivesse treinando para elaborar
uma equipe de personagens secundários carismática, como a que protagonizaria os
números 241 e 242 da série, com a história do Planeta dos Pântanos.
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