Houve uma época em que a linha editorial da revista Superinteressante era bastante tacanha. A idéia de divulgar ciência era divulgar as chamadas ciências duras, física, química, biologia e um editorial até dizia que jamais eles usariam a imaginação.
Mas de uns tempos para cá a revista melhorou muito e diversificou seus temas. À simples divulgação científica ela acrescentou também discussões sobre ética na ciência. Uma matéria de uns três anos atrás falava do uso de animais em experiências científicas e perguntava se temos esse direito.
A edição mais recente da revista traz uma matéria especial sobre a ciência nazista e pergunta: temos o direito de usar os resultados dessas experiências? É ético?
Ao contrário da imagem que se tinha (e que era expressa de forma meio humorística na idéia de que Mendel pesquisando ervilhas descobriu mais sobre genética do que Menguelli, usando cobaias humanas), a ciência nazista evoluiu muito em alguns campos. São deles os estudos mais avançados sobre cigarro e câncer de pulmão e sobre hipotermia (eles colocavam pessoas em tanques com água gelada e esperavam para ver até quando o corpo humano agüentava o frio antes de morrer). Inclusive, hoje em dia os coletes salva-vidas têm proteção para o pescoço porque as pesquisas nazistas demonstraram que isso eleva a chance de sobrevivência no frio.
E o melhor livro de anatomia humana foi escrito por um médico nazista.
Mas a pergunta é: podemos usar esse conhecimento? Temos esse direito?
3 comentários:
Oi, Ivan, tô passando pra desejar a você e família uma Feliz Páscoa, com muita saúde, mesa farta, amor e ternura.
ivan, qual o melhor livro de anatomia humana?
Segundo a reportagem, o Atlas Pernkopf.
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