Ontem minha esposa estava voltando para casa com o taxista que faz transporte para ela quando se depararam, no bairro do Buritizal, com uma viatura da polícia militar parada no meio da rua. Não era uma blitz. Estavam simplesmente parados no meio da rua, talvez atendendo a uma ocorrência.
Quando o taxista foi passar pela direta (já que a viatura estava no meio da via), um policial pulou na frente do carro e apontou a arma para minha mulher, ameçando atirar. Sem nenhuma razão aparente, o polícial queria que o taxi passasse à esquerda da viatura e por um simples capricho colocou em risco a vida de minha mulher.
A arma poderia ter disparado e nesse caso provavelmente os policiais colocariam uma arma ilegal nas mãos de minha esposa e alegariam que ela era uma bandida que morreu em confronto com a polícia. É surpreendente que uma polícia que gaste uma fortuna com um helicóptero não se preocupe em capacitar seus efetivos a respeito do valor de uma vida humana.
Para aquele policial, naquele momento, minha esposa não era uma pessoa. Era só uma coisa, um objeto no qual ele poderia treinar tiro ao alvo se lhe apetecesse.
O romântico Rousseau achava que o Estado existe graças a um contrato social, no qual os governantes se comprometem a fornecer determinados serviços ao cidadão, entre eles a segurança.
Mas a situação aparentemente se inverteu. Na mente daquele policial, ele não é um servidor com responsabilidade de garantir o bem estar do cidadão honesto. Na cabeça dele, ele é apenas um valentão com uma arma na mão, que pode fazer o que quiser, só porque está usando uma farda, só porque é uma autoridade... Ninguém está seguro...
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