terça-feira, junho 05, 2007


A visita do presidente Lula à Índia coincide com um artigo de um quadrinista japonês explicando porque os mangás (quadrinhos japoneses) estão conquistando o mercado antes dominado pelos norte-americanos. ´
Para quem não sabe, a Índia tem uma forte indústria de quadrinhos. Tanto que para penetrar nesse mercado, a Marvel teve que adaptar seus produtos, colocando artistas locais para desenhar e escrever o Homem-aranha, por exemplo.
A Índia tem também a maior indústria cinematográfica do mundo.
Uma explicação para isso pode estar no último paragráfo do texto do Universo HQ sobre a questão dos mangás:
"Talvez o melhor argumento levantado por Hayashida seja o de que, no Japão, não há distinção no tratamento dado aos quadrinhos e seus artistas como ao que é destinado aos escritores de prosa. Visão similar e tão empolgada pode ser encontrada entre os europeus, que dão atestado de arte às suas produções. Independentemente da rotulação e apreciação, o interessante é notar como o Japão é capaz de associar o respeito a essa manifestação artística com uma estrutura administrativa e comercial de sucesso. "
O Brasil tem ótimos cineastas e quadrinistas ainda melhores. Alguns dos mais importantes desenhistas dos comics norte-americanos moram no Brasil. Só para citar um exemplo, temos o meu compadre Joe Bennett, que mora aqui ao lado, em Belém. Durante anos de parceria, tentamos diversas vezes publicar na editora Abril, sem qualquer resultado.
Depois que o Bené entrou no mercado norte-americano é que a Abril publicou suas hístórias, com destaque para o fato de que era um brasileiro publicando na Marvel. Ou seja, para um brasileiro é mais fácil publicar nos EUA do que publicar nas grandes editoras nacionais.
Aí eu me pergunto: sei que a viagem de Lula à Índia incluiu acordos na área de cultura. Será que algum desses acordos inclui as hístórias em quadrinhos?

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