segunda-feira, julho 13, 2020

Tempestade e a claustrofobia



A primeira vez que vi uma história dos X-men foi em Almanaque Marvel 10, da editora RGE. Um colega tinha levado a revista para a escola e me emprestou, mas queria de volta. Devorei a revista no horário do recreio.
Na história, os X-men vão passar férias no castelo de Banshee na Irlanda e lá são surpreendidos pelo primo de Banshee, Black Tom Cassidy, que se aliou com o Fanático para destruir os mutantes.
O que mais me chamou atenção na história, na época, foi a reação de Ororo. Ao entrar no castelo ela se sente claustrofóbica e, paralisada pela sensação, ela fica incapaz de ajudar os amigos, massacrados pelo irrefreável Fanático.
A splash page com ela em primeiro plano, em um grito suspenso, as mãos sobre o rosto em pânico, enquanto, ao fundo, Fanático derruba Colossus, Wolverine e Noturno, foi de um impacto tremendo para mim na época.

Enquanto a batalha ocorre, embarcamos num flash back que não só conta a história de Tempestade, como explica a origem de sua fobia – quando criança, sua casa foi atingida por um avião, ela ficou soterrada e seus pais morreram.
Aquela aventura não era só sobre heróis uniformizados trocando socos. Era, essencialmente, um conflito psicológico, era sobre a odisseia de Ororo para vencer os seus medos mais profundos para conseguir salvar seus amigos.
Essa história, de 1976, escrita por Chris Claremont e desenhada por Dave Cockrun e publicada em X-men 102, é muito anterior à melhor fase do grupo, nas mãos de Claremont e  Byrne, mas já mostrava que aquela era uma série que logo se tornaria uma das mais revolucionárias do mercado de super-heróis.  

Em tempo: essa HQ foi publicada pela editora Abril em X-men Classic 2. Lida muito tempo depois, já não tinha o mesmo impacto da primeira vez, mas continuava sendo muito acima da média.

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