Alexandre Pushkin foi o grande mentor de Nicolai Gógol. Foi ele que influenciou o pupilo a unir uma visão realista da Rússia Czarista com uma abordagem sobrenatural, que anteciparia tanto o realismo fantástico quanto o surrealismo. E Pushkin já experimentava essa abordagem, como podemos ver no livro A dama de espadas, publicado pela editora Principis.
A história gira em torno de Hermann, um jovem fascinado
pelo jogo de cartas, mas que não tem coragem de jogar, com medo de perder seu
pouco dinheiro. Numa das vezes que observa um grupo jogar, ele ouve de um dos
jogadores que sua avó, uma condessa já idosa, recebeu do conde de Saint-Germain
a fórmula para sempre ganhar no jogo de cartas.
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| Pushkin doi o mentor de Gógol, considerado o pai da literatura russa. |
Fascinado com a possibilidade de ficar rico com as cartas,
Hermann elabora um plano para se aproximar da condessa conquistando sua pupila,
Lizavieta Ivánovna.
O interessante do livro é que, embora escrito na época do
romantismo, ele foge totalmente da expectativa de quem esperava um livro
romântico, inclusive pelo final. Nessa
parte, inclusive, temos o fantasma da condessa que aparece ao protagonista e
não sabemos se é de fato um fantasma ou um delírio do personagem. Essa
ambiguidade entre o real e a fantasia iria caracterizar, por exemplo, o conto O
capote, de Gógol.
Pushkin iria influenciar Gógol também na narrativa direta,
sem rebuscamento, quase como se estivéssemos ouvindo alguém contar um causo.


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