quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Recebi do amigo Josiel, um dos melhores escritores de ficção ciberpunk do Brasil:

O ensino público do Brasil é uma máquina de moer carne, que nem no filme The Wall do Pink Floyd. Sabem, eu tenho uma sobrinha que aqui tirava notas ruins na escola pública. Por uma dessas viradas da vida, em 2002 ela foi morar na Espanha. Hoje ela fala 5 línguas e conseguiu uma bolsa na Noruega. Ela tem 17 anos. Sim, a minha sobrinha! Que aqui no Brasil nunca demonstrou ter uma inteligência excepcional.
O mais engraçado é que quando ela morava aqui, muita gente poderia dizer que as notas ruins dela eram culpa exclusivamente dela.Mas como tirar notas boas e como ter interesse nas aulas da rede pública, que, de resto, não desperta interesse algum na maioria dos alunos, e mais: condiciona os alunos a sempre passarem de ano "raspando", com a nota mínima para passar de ano, e nota esta atingida com "colas", ou então "decorebas" que são esquecidas no dia seguinte à prova?
E o quadro acima é "na melhor das hipóteses". Na televisão eu vi uma reportagem em que fizeram uma pesquisa com o destino dos alunos da escola pública de SP. Pegaram aleatoriamente a foto de formatura de uma turma de uma escola do Jardim ângela, periferia de SP e foram ver o que tinha acontecido com aqueles alunos formados na oitava série. Quase a metade estava presa, uma outra parcela tinha sido assassinada e só uma pequena parcela tinha conseguido emprego. Salário? 600 reais por mês... a escola pública brasileira está perpetuando a diferença entre as classes sociais. Josiel

2 comentários:

jeanokada disse...

Na escola eu sempre tirei notas baixas, desde a primeira série. Infelizmente, nunca foi para a Espanha (ou qualquer outro país civilizado) pra tirar a dúvida se o meu problema era burrice ou as escolas por onde passei.

Anónimo disse...

olha... nossa escola publica é essa droga, mas a particular não fica tão atrás,não. A verdade é que o ensino brasileiro de um modo geral é péssimo.
Mal estruturado, mal organizado e mal pago. O programa de ensino é completamente divorciado da vida real a tal ponto que o cara sai do segundo grau habilitado a FAZER O QUE? Nada. A não ser fazer o vestibular.
Tanto na escola publica quanto na particular os alunos passam na marra pra só mostrar números. E quando eles saem da escola nem tem o habito de ler , alguns nem SABEM ler, e o pior : tem orgulho disso.
Se você acha que as coisas estão mal agora, espere uns dez anos quando esses alunos de hoje chegarem ao mercado de trabalho !

Meu nome não é Jonnhy