sexta-feira, maio 02, 2008

Assistindo ao Homem de Ferro fiquei refletindo em como os personagens da Marvel romperam com o estilo unidimensional de construir super-heróis. Antes, o herói era o bonzinho e o vilão era o mau. Isso os definia. Stan Lee deixou os personagens mais complexos, principalmente incluindo aquilo que ele chamou de pés de barro:


O Demolidor é um homem sem medo, mas também é cego.
Steve Rogers é um homem bom e bem intencionado, mas também é magro e incapaz de lutar, o que muda quando ele se transforma no Capitão América (essa sacada foi de Joe Simon e Jack Kirby, mas Stan Lee acrescentou algo mais: Steve Rogers é também um homem deslocado, fora de seu tempo).

Bruce Banner é um homem normal, bem intencionado, mas guarda dentro de si um monstro incontrolável (o Hulk).

Peter Parker é um nerd ridículo, motivo de pilhéria entre todos os seus amigos, mas vira um herói quando se transforma no Homem-aranha.

Tony Stark é um homem egoista, que só pensa em si, mas muda e se torna humano quando se torna o Homem de Ferro. (Aliás, essa fórmula é repetida no Dr. Estranho)

Anos depois, autores como Frank Miller pegaram esses personagens bidimensionais e os tranformaram em tridimensionais. O Demolidor de Frank Miller não só é um homem sem medo, e cego, mas também odeia o pai.

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