Na madrugada de quinta para sexta-feira Macapá teve a maior tempestade dos últimos 20 anos. Passei a noite acordado afastando os móveis das goteiras, enxugando as poças no chão... Ontem no CEAP os alunos me contavam relatos de quem teve a casa alagada. Uma aluna me falava de um vizinho que havia se mudado semana passada para uma casa mais baixa que a rua. Quando viu a água transbordando pela porta, só teve tempo de colocar a mulher e o filho no carro e fugir. Um aluno me dizia que a noiva, grávida, foi acordada pelo estouro de um transformador. A família dela passou a noite tentando desentupir a boca de lobo de um bueiro. As lojas do centro da cidade foram inundadas e hoje, segundo relatos, abriram as portas só para limpar o piso. É numa hora dessas que se vê a importância de não jogar lixo na rua. É o pequeno lixo, o papel de bala, a lata de refrigerante, a embalagem do biscoito que vai se acumular na boca de lobo e provocar uma inundação. Aqui no bairro do Congos não temos nem mesmo esgoto, de modo que não há bueiros entupidos. A sorte é que a água escorre para a área de ressaca, o famoso alagado. Mas essas áreas têm sido sistematicamente ocupadas nos últimos anos, o que nos faz pensar em conseqüências trágicas no futuro. Se as áreas de ressaca acabarem, os alagamentos serão inevitáveis. Para piorar, Macapá não tem bosques que possam segurar a água na época de chuvas (e diminuir a temperatura na época de calor). Em Curitiba, todos os bairros têm parques, que funcionam como esponjas na época da chuva. Com esse procedimentos simples, acabou-se com as enchentes. Já me disseram que no plano diretor do Macapá não há nem mesmo a previsão de criar esses parques. Preocupante.
2 comentários:
Parabéns pela data de hoje! Muito sucesso!
Prof. Ivan Carlo,
Parabens pelo seu blog.
Bjs,
Leticia
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