domingo, maio 31, 2009
Deu a louca na publicidade
Esta deveria ter ido direto para o Desencannes, mas apresentaram ao cliente, e, pior, o cliente aprovou!
Audiência pública sobre Direitos Humanos
Curso de cosplay no SESC Araxá
sábado, maio 30, 2009
sexta-feira, maio 29, 2009
Música do dia
(Raul Seixas / Paulo Coelho)
Se esse amor
Ficar entre nós dois
Vai ser tão pobre amor
Vai se gastar...
Se eu te amo e tu me amas
Um amor a dois profana
O amor de todos os mortais
Porque quem gosta de maçã
Irá gostar de todas
Porque todas são iguais...
Se eu te amo e tu me amas
E outro vem quando tu chamas
Como poderei te condenar
Infinita tua beleza
Como podes ficar presa
Que nem santa num altar...
Quando eu te escolhi
Para morar junto de mim
Eu quis ser tua alma
Ter seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi
Que além de dois existem mais...
Amor só dura em liberdade
O ciúme é só vaidade
Eu sempre achei essa música muito bonita, mas sempre fiquei também muito intrigado com a parte fina da estrofe: "O ciúme é só vaidade". Sempre achei que foi uma palavra escolhida apenas para rimar com liberdade.
Há alguns dias, ouvindo essa música, cheguei à conclusão de que é isso mesmo: ciúme é só vaidade.
Isso significa que o ciúme não tem nada a ver com o objeto de ciúmes ou mesmo com amor, mas tem tudo a ver com quem sente ciúmes, pois trata-se de um medo de ser mal-visto socialmente. O ciumento não tem medo de perder o parceiro, tanto que muitas pessoas matam por ciúmes. É a "legítima defesa da honra", que já chegou a ser aceita como argumento nos tribunais brasileiros (vale lembrar, como disse Rosiska Darcy de Oliveira, que 'As pessoas são honradas justamente por não roubar e não matar ninguém', de modo que o argumento deveria se chamar legítima defesa da vaidade). O pior é que o ciúme ainda é visto, por algumas pessoas, como prova de amor.
Muitos outros artistas já trabalham a mesma idéia do ciúmes como vaidade. Shakespeare, em Otelo e Cláudio Seto em A Flor Maldita são ótimos exemplos. Mas, provavelmente, nenhum outro artista foi tão explícito nessa relação entre ciúmes e vaidade quanto Raul Seixas.
quinta-feira, maio 28, 2009
quarta-feira, maio 27, 2009
Dica para estudantes de Direito
terça-feira, maio 26, 2009
Nerd?
Forastiere é o ex-dono da Conrad, antes Acme, e foi o criador da revista Herói. Um ótimo cara. Uma vez nos encontramos no HQ Mix e conversamos bastante. Na época ele chegou até a me convidar a colaborar com a Herói, mas na era pré-internet isso se tornou inviável para mim que não morava em Sampa.
Na verdade, eu já era fã do Forastiere desde os tempos da Folha de São Paulo e da revista SET. Quando comecei a escrever textos jornalísticos, ele e o Marcel Plasse eram as minhas principais referências. Dê uma lida no texto sobre os nerds e aproveite para ler todo o blog. Vale a pena.
História dos quadrinhos
No final dos anos 1970, uma série de quadrinhos mudou o mercado de super-heróis e, posteriormente, iria mudar a forma como Hollywood via os gibis. Trata-se de X-men.
Esse grupo de heróis foi criado por Stan Lee e Jack Kirby em 1963 como uma espécie de Quarteto Fantástico adolescente, mas nunca fez muito sucesso. O gibi sempre foi deixado de lado e vivia constantemente de republicações. No início dos anos 1970, o revolucionário desenhista Neal Adams foi contratato pela Marvel para revitalizar os personagens numa série escrita por Roy Thomas. O novo gibi era bom e chegou a fazer algum sucesso, mas os executivos da Marvel não tiveram paciência de esperar e acabaram remanejando os autores para outros personagens.
Assim, os X-men ficaram à deriva, vivendo de republicações ou participações especiais em outras séries até 1975. Nessa época, a empresa dona da Marvel tinha também uma organização que licensiava quadrinhos para diversos países e surgiu a idéia de criar uma série que reunisse heróis dos países em que gibis Marvel eram mais populares. Roy Thomas sugeriu remodelar os X-men, com membros de várias etnias. Para isso, ele chamou o roteirista Len Wein e o desenhista Dave Cockrum, famoso pela facilidade de criar uniformes de personagens.
A idéia original não foi seguida à risca e a nova equipe veio com um herói russo (Colossus), uma africana (Tempestade), um índio apache (Pássaro Trovejante), um alemão (Noturno), um japonês (Solaris), um, escocês (Banshee). Um personagem canadense, que havia sido criado como coadjuvante nas histórias do Hulk, chamado Wolverine, foi reaproveitado na nova série, assim como dois personagens da série clássica: Cíclope e a Garota Marvel.
No livro A era de bronze dos super-heróis, Roberto Guedes conta que a criação do grupo partiu de um caderno de Cockrun, no qual ele desenhara várias idéias para uniformes de personagens. Ele e o roteirista misturaram uniformes, poderes, e chegaram a um grupo coeso.
A nova equipe estreou numa história em que eles eram chamados pelo professor Xavier para salvar o mundo de Krakoa, a ilha viva. Essa história fez tanto sucesso que a Marvel resolveu ressuscitar a revista. Mas Len Wein estava ocupado demais com outras séries, e passou a bola para seu assistente, Chris Claremont. Claremont tinha uma facilidade muito grande de trabalhar histórias com grupos grandes e acabou se apaixonando pelos X-men. Tanto que escreveu a revista dos mutantes durante 17 anos, sendo chamado de ¨O senhor X¨.
Com a nova equipe criativa, a revista foi ganhando popularidade, mas estava longe de figurar na relação das mais vendidas. Além disso, havia um problema: embora a revista tivesse apenas 17 páginas (o menor número de páginas que um gibi de super-heróis já teve), Cockrun não conseguia dar conta do serviço. Assim, foi chamado um outro artista, fã da série original, que já havia trabalhado com Claremont na série Punhos de Ferro: John Byrne.
Curiosamente, logo no início o traço de Byrne não agradou, tanto que os editores ainda colocaram Cockrun para fazer as capas. Mas logo ele se tornaria o preferido entre os fãs. Byrne, além de ótimo desenhista, era muito rápido e ajudava nos roteiros, colocando mais ação nas tramas e evitando a tendência de Claremont de transformar a série numa novela de diálogos intermináveis. Para fazer a arte-final foi chamado Terry Austin, dono de um traço muito detalhista, que ressaltava as melhores qualidades do desenho de Byrne. Estava formada a tríade que transformaria os X-men não só na revista mais vendida do mercado norte-americano, mas também numa das franquias mais bem sucedidas da indústria do entretenimento, com vários gibis e filmes.
Uma das primeiras mudanças provocadas pela entrada de Byrne na equipe foi a valorização do personagem canadense Wolverine. Como o desenhista também é canadense, ele acabou dando mais ênfase a ele. Na época, o baixinho era tão inexpressivo que a maioria dos leitores nem reparava nele. Com o tempo ele se tornaria o personagem mais popular da equipe.
Byrne chegou no final de uma saga em que a personagem Fênix praticamente salvava o universo sozinha. Essa aventura mostrava a personagem com tantos poderes que parecia impossível continuar fazendo histórias com ela. A solução encontrada durante algum tempo foi simplesmente afastá-la da equipe.
Logo na aventura seguinte, Byrne fez questão de colocar seu conterrâneo em evidência. Nessa história, o governo do Canadá enviava um super-herói local para levar Wolverine de volta para casa. A história chamou a atenção dos leitores para o passado nebuloso do baixinho. Esse seria um dos fatores de sua popularidade: a cada edição os leitores descobriam mais um detalhe sobre o passado desse personagem.
Os X-men viveram uma série de aventuras ao redor do mundo, passando pela Terra Selvagem, Japão e Canadá, para então voltar aos EUA. Aos poucos, os leitores foram percebendo que havia um novo padrão de qualidade sendo estabelecido ali, mas a série só se tornaria um sucesso mesmo com a saga de Protheus.
segunda-feira, maio 25, 2009
As flores do jambeiro
A polêmica dos quadrinhos
Recentemente a história em quadrinhos 10 na área, um na banheira e ninguém no gol (Via Lettera, 2002, 112 págs.) foi alvo de grande polêmica envolvendo a compra da mesma para bibliotecas públicas do Estado de São Paulo. A escolha da obra revela, por si só, um preconceito: 10 na área... foi produzida para um público adulto, mas foi comprada pelo Governo do Estado de São Paulo para ser lido por crianças de oito anos. Quem escolheu a obra partiu da ideia equivocada de que toda HQ é infantil. Leia mais
domingo, maio 24, 2009
Boas idéias vendem
O ódio está no ar
Mas a internet também permitiu o surgimento de um novo tipo de crápula: o troll. O troll normalmente é o tipo covarde, incapaz de atacar quem quer que seja no cara-a-cara, mas vira valentão no anonimato da rede. No jargão da internet, troll é um indivíduo que passa o dia deixando comentários ofensivos em comunidades do Orkut, listas de discussão e blogs. Seu prazer está na dor infringida ao outro, na polêmica causada e no fato de se sentir inatingível.
Segundo a Wikipédia, um troll geralmente tem um modus operandi:
1 Jogar a isca e sair correndo: consiste em jogar fogo na lenha, fazendo um comentário polêmico, ofensivo e abandonando a discussão quando percebe que conseguiu seu objetivo: criar inimizades no grupo atacado. Como em muitos casos, eles são expulsos das comunidades e listas, o complexo de vítima é uma forma de sair correndo e, ao mesmo tempo, sentir-se coitadinho.
2 Induzir a baixar o nível: é comum os trolls apelarem para a baixaria e xingamentos. Com isso, ele consegue que pessoas com que pessoas sensatas baixem o nível e se vejam desmoralizadas diante das outras. Os que não apelam para xingamentos são vistos pelos trolls como alguém que não está seguindo as regras do jogo. No caso, as regras do seu jogo.
3 Repetição de falácias: falácias são argumentos que parecem lógicos, mas não o são. Por terem um verniz de falsa lógica, são muito usados por trolls como forma de desestabilizar seus oponentes. Por exemplo: “vi numa entrevista que você elogiou um roteirista de novela. Se você o elogiou é porque assiste novelas. Como novelas são feitas para mulheres, você, evidentemente, é gay!”.
4 Desfile intelectual: um troll tenta mostrar um bom nível intelectual fazendo citações de obras que não conhece ou se instalando em grupos com menor leitura de mundo. Por exemplo, um troll que se acha escritor pode entrar numa comunidade de crianças que escrevem para exibir sua superioridade intelectual. Tanto nesse caso, como em outros, não é um compartilhamento de conhecimentos. É uma exibição intelectual covarde, que tem por objetivo humilhar o oponente.
Até há pouco tempo, eu conhecia apenas o lado positivo da rede. O máximo que havia sofrido eram os ataque de um troll que deixava recados ofensivos em meu blog. Quando ele deixou um recado desejando a morte de minha filha, simplesmente desabilitei a opção comentários (na época, não era permitido bloquear comentários nos provedores de blogs, ou você deixava todo mundo comentar, ou não deixava ninguém). Foi um fato que me assustou, mas ignorei.
Ano passado, fui vítima de um ataque sistemático de um troll muito conhecido (tempos depois, descobri que ele era o mesmo que havia me levado a retirar os comentários de meu blog). Eu estava divulgando uma série em quadrinhos de ficção-científica quando ele lançou a isca com uma crítica. Como me pareceu uma crítica honesta eu respondi. Hoje sei que muitos troll iniciam com uma crítica que “parece honesta”, apenas como uma isca. Como nunca me rebaixei ao seu nível de baixaria e sempre mostrei a falta de fundamentação de seus argumentos (como falar de marketing sem conhecer princípios básicos, como segmentação), ele me elegeu como inimigo.
A partir de então, começou a me perseguir em outras comunidades do Orkut e com comentários em meu blog. A situação se tornou realmente preocupante quando alguém me avisou que esse indivíduo poderia passar dos ataques virtuais para os ataques reais. Nessa época recebi o link de uma página do Orkut no qual o troll pedia a um amigo para tentar descobrir onde eu trabalhava.
Foi quando percebi que a coisa podia, sim tornar-se perigosa. Tirei todas as fotos dos meus filhos do Orkut, deletei qualquer referência mais precisa à minha vida pessoal (endereço, telefone, local de trabalho) e abandonei por um tempo comunidades o Orkut e listas de discussão, além de bloquear comentários por pessoas que não fossem amigos. Continuei com meu blog, mas não liberava nada que parecesse minimamente ofensivo (eu logo descobri que o troll usava mais de um pseudônimo).
Por esse tempo, o site da história em quadrinhos que havia ocasionado tudo foi vítima de ataques de hackers duas vezes no espaço de duas semanas. Na segunda vez, o troll comemorou em seu blog: “Parabéns, rapazes! Vocês fizeram um bom trabalho!”.
A experiência me fez mergulhar na mente insana e sua lógica bizarra. Ele achava, por exemplo, que os ataques pessoais feitos contra mim e outras pessoas (inclusive pessoas mortas recentemente, cujos parentes eram devidamente avisados dos ataques por ele mesmo através de recados no Orkut) iriam ajudar a promover seu livro. Ele acreditava que conseguiria algum tipo de lucro com os ataques.
Os trolls, eu logo descobri, são pessoas fracassadas, que se vingam do mundo ofendendo e difamando. Lendo os recados de seus blog, era possível identificar a maneira totalmente aleatória com a qual ele escolhia suas vítimas. Alguém dizia: “Troll, fala mal de Sicrano”. E ele: “Quem é Sicrano?”. Como resposta, era abastecido de links, biografias, trabalhos, que o ajudariam a colher argumentos para ataques.
Rosana Hermann, do blog Querido Leitor, teve que sair do país por causa de um troll que descobriu onde estudavam suas filhas. Em outra ocasião, ela colocou seu advogado para descobrir quem era. Ao descobrir, ligou para ele. Era uma administrador de empresas desempregado, de 42 anos, que vivia com os pais e passava o dia na internet. Um “clássico covarde na vida real, que se torna o bam-bam-bam atrevido sob o manto do anonimato”, definiu ela numa matéria ao G1
sexta-feira, maio 22, 2009
O óbvio: quadrinhos não são só para crianças
A frase que intitula esta postagem - o óbvio: quadrinhos não são só para crianças - é o nome do artigo que publico nesta sexta-feira no jornal "Folha de S.Paulo".
O texto foi feito em parceria com Waldomiro Vergueiro, professor da Universidade de São Paulo e coordenador do Observatório de Histórias em Quadrinhos, também na USP.
O artigo aborda a polêmica causada nesta semana pelo álbum "Dez na Banheira, Um na Banheira e Ninguém no Gol". A obra, adulta, seria destinada a crianças.
O governo estadual, que selecionou e comprou 1.216 exemplares do livro, reconheceu a falha e recolheu o material.
O artigo foi publicado na seção "Tendências e Debates", espaço nobre da Folha, dedicado a artigos de opinião. Segue o texto, na íntegra.
***
Reportagem desta Folha publicada na última terça-feira (dia19) revelou que uma obra em quadrinhos com palavrões e conotação sexual seria distribuída pelo governo paulista a alunos do terceiro ano do ensino fundamental. Em nota, a administração estadual reconheceu a falha e mandou recolher os 1.216 exemplares adquiridos.
O governador José Serra prometeu punição aos responsáveis e instaurou uma sindicância. Em entrevista ao telejornal "SPTV - 1ª Edição", da TV Globo, classificou o livro em quadrinhos como um "horror", obra de "muito mau gosto".
É preciso olhar criticamente esse noticiário, pois corre o risco de haver generalizações e reprodução de discursos antigos a respeito das histórias em quadrinhos. É o caso da associação delas somente às crianças.
A obra em pauta -"Dez na Área, Um na Banheira e Ninguém no Gol"- não é direcionada ao público infantil. O álbum foi pensado para o leitor adulto, como confirmam o organizador da publicação, o ilustrador Orlando Pedroso, e outros desenhistas do livro.
O governo de São Paulo acerta ao não distribuir a obra a estudantes de nove anos. Nessa idade, o aluno não está preparado para uma leitura nesses moldes. Seria um desserviço pedagógico. Mas parece estar por trás dessa questão um olhar ainda estreito sobre as histórias em quadrinhos, herdado das décadas de 1940 e 1950.
Tal olhar ainda está presente também em parte da imprensa. Reportagem sobre o assunto, exibida na edição noturna do "SPTV", começava com a frase "as histórias são em quadrinhos, mas o conteúdo não tem nada de infantil". É um discurso que enxerga a linguagem como feita exclusivamente para crianças. É claro que o conteúdo não é infantil: a obra foi direcionada ao leitor adulto. A falha, assumida pelo governo do Estado, foi direcioná-la ao ensino fundamental.
Os quadrinhos, assim como a literatura, o teatro e o cinema, possuem uma diversidade de gêneros. Um deles é o infantil, do qual faz parte a Turma da Mônica, de Mauricio de Sousa. Mas há muitas outras produções, direcionadas a diferentes leitores. Inclusive aos adultos, como provam muitas livrarias e as tiras publicadas neste jornal.
O mesmo discurso tende a ver os quadrinhos de forma infantilizada ou não séria. Essa generalização evidencia desconhecimento sobre as histórias em quadrinhos e sua produção e afastou das escolas, por décadas, essa forma de leitura.
Os primeiros passos para a inclusão "oficial" dos quadrinhos no ensino ocorreram no fim do século passado com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e, pouco depois, nos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais), ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, quando o atual secretário estadual da Educação, Paulo Renato Souza, era ministro da Educação e do Desporto. Os parâmetros traziam orientações para as práticas pedagógicas dos ensinos fundamental e médio.
Outra medida que levou as obras em quadrinhos às escolas ocorreu na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A partir de 2006, publicações em quadrinhos foram incluídas na lista do PNBE (Programa Nacional Biblioteca da Escola), que distribui livros para escolas de todo o país. A prática foi repetida nos anos seguintes e também no edital deste ano.
Em 2008, a pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", do Instituto Pró-Livro, revelou que as histórias em quadrinhos encontram forte eco entre os brasileiros. É o gênero mais lido entre os homens e o sétimo mais listado pelas mulheres. Especificamente entre estudantes até a quarta série, os quadrinhos são o terceiro item mais mencionado (36%).
São corretas as iniciativas de levar histórias em quadrinhos à sala de aula e ao roteiro de leitura dos estudantes. No entanto, há dois cuidados que deveriam ser óbvios, mas que o noticiário recente revelou que não são. O primeiro é haver uma seleção do material, de modo a separar as obras de melhor qualidade e destiná-las a seu público ideal. "Dez na Área, Um na Banheira e Ninguém no Gol" tem qualidade. Mas não é destinada ao leitor juvenil.
O segundo cuidado é o de não associar as histórias em quadrinhos somente ao público infantil. Do contrário, corre-se o risco de repetir a falha agora vista e de generalizar discursos adormecidos, que são despertados em situações-limite como essa.
Paulo Ramos, 37, é jornalista e professor adjunto do curso de letras da Unifesp (Universidade Federal do Estado de São Paulo). É autor de "A Leitura dos Quadrinhos".
Waldomiro Vergueiro, 52, é professor titular da Escola de Comunicações e Artes da USP e coordenador do Observatório das Histórias em Quadrinhos, da mesma universidade. É organizador do livro "Como Usar as Histórias em Quadrinhos na Sala de Aula.
A polêmica 10 na área em frases
- "Eu aliás achei de muito mau gosto. Desenho, tudo" 19.05 - Governador José Serra, na mesma entrevista ao "SPTV 1ª Edição"
- "Essa é definitivamente a declaração mais infeliz de todas. Ele não leu o álbum." 20.05 - Orlando Pedroso, organizador do livro, aqui no blog, sobre a declaração de Serra
- "Quando eu fiz o livro, era destinado a outro público, de mais idade." (...) "Quem comprou não avaliou isso. O problema todo foi a falha de seleção em si." 20.05 - Lélis, um dos autores do livro, em entrevista aqui no blog
- "Cartunistas estão pagando pato por erro de secretaria" 20.05 - Jornalista Barbara Gancia, em seu blog
- "As histórias são em quadrinhos, mas o conteúdo não tem nada de infantil" 19.05 - 1ª frase da jornalista Monalise Perrone, em reportagem sobre o tema no "SPTV 2ª Edição"
- "Gibi não é pra criança. Gibi não é pra criança. Gibi não é pra criança. Gibi não é pra criança. Gibi não é pra criança. Gibi não é pra criança. É inacreditável que em 2009 eu precise repetir isso quinhentas vezes para ver se entra na cabeça desse povo burro" 20.05 - André Forastieri, jornalista, em seu blog do UOL
quinta-feira, maio 21, 2009
A foto do buraco assassino
Dica de blog
MAD 14
quarta-feira, maio 20, 2009
A polêmica dos quadrinhos
Homofobia na câmara dos vereadores de Macapá
"Na sessão da Câmara de Vereadores de hoje (19), em decorrência da Semana de Combate a homofobia, a Comissão de Direitos Humanos, formada pela vereadora Adriana Ramos, Nelson Souza, Clécio Luiz e presidida pela vereadora Cristina Almeida, solicitou através de requerimento o uso da Tribuna para a coordenadora do Grupo de Homossexuais do Amapá (GHATA), Ivana Antunes.
O vereador Clécio Luiz é relator do projeto de Lei que torna o dia 17 de maio, como dia municipal de combate a homofobia (data já é comemorada mundialmente). O projeto está sendo avaliado pela Promotoria Jurídica da Câmara (Projur) e tramitará no próximo mês em plenária. Ele pediu a palavra para defender o uso da tribuna e comentou sobre a importância de combater o preconceito contra os homossexuais.
O vereador Charles Jhones interpelou e se pronunciou contrário ao projeto de lei, e em seu pronunciamento provocou indignação entre integrantes do movimento GLBT e seus familiares que estavam presentes na plenária. Charles Jhones sustentou sua posição num depoimento de um senhor que o interceptou antes da sessão para dar sua opinião sobre o assunto. Ele disse que preferia ter em sua casa, um ladrão ou uma puta, que ter um gay. Disse também que se tivesse um filho gay, ele o mataria. O vereador disse que seu pensamento é parecido, e alegou que estava defendendo seus princípios religiosos".
De fato, cada um tem o direito de acreditar no que quiser. O vereador Charles Jhones pode ter suas convicções religiosas e isso é um direito seu. Mas a frase realmente pegou mal. Dá a entender que o vereador anda acompanhado de ladrões e assassinos e acha isso tudo muito normal... e dá a entender que matar homossexuais é normal.
O mais triste disso é alguém usar como desculpa a religião cristã para defender a idéia de que o assassinato, o preconceito e o roubo são coisas normais. Foi esse tipo de gente que matou Hipatia, a grande filósofa da antiguidade, morta por cristãos e cujo assassinato marcou o início da Idade das Trevas e a oficialização da violência contra as mulheres.
220 anos da revolução francesa
segunda-feira, maio 18, 2009
Aleph
pela tua voz. Hoje durante um segundo. Eu fiquei a sós. S. O.S com o mundo. Hoje eu encontrei no fundo do poço o meu rosto”
Marcus Vinícius / Zé Ramalho
Eu sonhei com destinos virtuais, vislumbrei caminhos esquecidos, terras distantes e mundos inimagináveis. Desde então, jamais fui o mesmo. Estive atormentado pelos destinos que descortinei. Jamais terei novamente a deliciosa sensação do novo. Conheci todos os gostos, todas as cores e todas as emoções. Nem mesmo a menor das formigas me é desconhecida.
Creio que chegou o momento de revelar a história de como vim a ter o conhecimento absoluto. Talvez este seja o momento, embora meus olhos estejam fracos e enganadores e meus dedos trêmulos... embora minha testa se umedeça de temor diante da grandiosidade do que vou relatar. Peço, assim, que o leitor me desculpe caso o resultado saia aquém do desejado. Dizem que escrever é como andar: uma vez se aprendendo, nunca se esquece. Mas eu, pobre coitado, sou como um bebê. Tropeço, caio, ralo o joelho e só a grandes custos continuo em frente...
O leitor, se teve a sorte de lê-lo, certamente se lembrará de Jorge Luís Borges. Eu, no entanto, o desconheci por completo até os 25 anos, quando ganhei um de seus livros, chamado Aleph.
Entre os vários contos, alguns detestei, outros simplesmente pulei e alguns foram o bastante para ganhar minha admiração. Entre eles o que dava título ao volume. Nele, Borges relata seu encontro, no porão de uma velha casa de Buenos Aires, com um Aleph, um ponto do universo que contém todos os outros.
Por esses tempos, comecei minha pesquisa sobre a teoria do caos. Estava convencido de que o caos se relacionava diretamente com a informação. Minhas suspeitas nesse sentido se deviam ao fato lógico de que um fenômeno é tanto mais caótico quanto mais imprevisível for. Por outro lado, o que caracteriza a informação é justamente a sua carga de novidade. Uma mensagem absolutamente previsível não tem qualquer informação. Portanto, quanto mais caótico um fenômeno, mais caótico ele é.
O Aleph descrito por Borges era a materialização do máximo de caoticidade. Todas as informações do universo reunidas em um único ponto!
Passei noites sem dormir. Não conseguia encontrar melhor solução às minhas inquietações do que o Aleph descrito por Borges. Confesso que estive a ponto de vasculhar todos os porões de Belém – e só não o fiz por motivos óbvios.
Estive, portanto, muito tempo procurando pelo Aleph. Mal podia imaginar que justamente quando eu estava perdido eu o encontraria...
A coisa toda aconteceu em uma das minhas viagens ao interior do Pará. Acampamos num sítio meio que abandonado no interior da floresta.
Na manhã do segundo dia, resolvi conhecer a mata à volta. Fui caminhando em meio à vegetação, fascinado com os raios de sol que penetravam por entre as folhas, formando fios luminosos no ar.
Passarinhos davam gritos agudos aqui e ali. Respirava fundo para aspirar o cheiro reconfortante do orvalho nas folhas. Andei, assim, inebriado, por quase uma hora. Quando dei por mim, tinhas saído do caminho. E a imprudência fizera com que eu me esquecesse da bússula.. estava perdido!
Comecei a correr, desesperado, cortando os braços no capim navalha e batendo o rosto nas folhas e galhos do caminho. Muito tempo depois, encontrei um igarapé. Talvez fosse minha salvação. Bastava segui-lo e certamente iria parar em algum lugar habitado.
Agachei e mergulhei as mãos em concha na água. Enquanto molhava a cabeça e os ombros suados, instintivamente fechei os olhos. Quando os reabri, percebi, na periferia de minha visão, uma estranha luminosidade.
Levantei. Havia desaparecido. Fora rápido como um flash. Ainda assim, fui seguindo naquela direção. Dei com uma grande árvore em cuja base se abria um buraco de proporções grandiosas. Ajoelhei-me e olhei em seu interior.
Foi quando aconteceu. Fui dominado pela sensação de que meu corpo havia peso. Senti a cabeça às voltas como se estivesse bêbado.
O momento seguinte foi plasmado pela sensação de que meus olhos se abriam para uma visão de 360 graus. Tinha consciência de tudo que estava à minha volta. Conseguia antecipar o movimento seguinte do peixe na água. Compartilhava da paciência estóica da minhoca, perfurando o chão sob meus pés. Antecipava o canto dos pássaros num dos galhos e admirava a velhice secular da árvore que me envolvia.
Vi o nascimento de meu filho. Percebi o momento mágico da fecundação. Observei os espermatozóides nadando numa competição cujo prêmio seria a vida. Lembrei-me de uma época em que as mulheres eram veneradas por serem as únicas conhecedoras do segredo da concepção.
Vi um homem morrendo numa trincheira, o peito trespassado por um tiro. Em seu bolso havia o retrato de sua amada, que choraria por ele durante 30 anos.
Gozei e bebi com prostitutas russas em plena São Paulo do século XIX.
Copiei iluminuras, recitando versos em latim e fiz isso até que meus dedos doessem e minhas pernas tivessem câimbras.
Berrei com o povo pedindo a cabeça do rei. Ao meu lado havia um homem chamado Marat e sua boca exalava ódio. Vi o rosto de uma menininha que chorava, enquanto sua mãe a abandonava.
Experimentei o sangue de um vampiro. Beijei uma moça de pele branca como leite. Cacei búfalos nas planícies sobre um grande cavalo. Escalei montanhas e naveguei em uma corveta.
Morri 300 milhões de vezes. Conheci a dor, a tristeza, a alegria, a depressão, o entusiasmo e a fadiga. Senti a ansiedade enquanto abria uma carta com as mãos trêmulas. Padeci da solidão da velhice e da inexperiência da juventude.
Vi meus amigos morrerem e uma abelha polemizando uma flor. Dancei como doido nos braços de uma birmaneza.
Senti todos os gostos, todos os sabores e todas as essências.
Vi todo o meu futuro como se folheasse páginas de um livro empoeirado. Passaram-se milhares de século e nem mesmo um segundo.
Quando acordei, estava rodeado pelos meus amigos. Haviam me descoberto, desmaiado no chão da floresta. Segui, cambaleante, com eles até o acampamento. Fomos embora no dia seguinte.
Estava como um doente, mas nenhum médico foi capaz de diagnosticar o meu mal. A razão para isso era simples: estava doente de velhice. Era como se tivesse um milhão de anos e ainda não completara 30.
Vivi naquele dia toda uma velhice milenar e, desde então, tenho apenas me arrastado pelos anos. Não tenho mais nada a conhecer. Só aguardo a morte. Assim, acordo, levanto, como e novamente durmo. Eternamente, até o fim...
Leia também Borges, el memorioso
sexta-feira, maio 15, 2009
Leis absurdas
AUSTRALIA - Na Austrália apenas um eletricista licenciado pode mudar uma lâmpada.
BAHAIN - No Bahrain, um médico pode legalmente examinar a genitália feminina, mas ele é proibido de olhar diretamente para ela durante o exame. Ele pode apenas olhar através de um espelho.
BOLIVIA - Em Santa Cruz, na Bolívia, é ilegal um homem ter relações com uma mulher e a filha dela ao mesmo tempo.
CANADÁ - Na British Colombia é ilegal matar um Pé Grande ou um Sasquatch. -Vermont: é ilegal assobiar debaixo d’água.
COLOMBIA - Em Cali, na Colômbia, uma mulher só pode ter relações com seu marido, e a primeira vez que isso ocorre, sua mãe deve estar no quarto para testemunhar o ato.
FRANÇA - Na França é proibido dar o nome de Napoleão a um porco.
- Em meados da década de 90, a dona de um restaurante no interior da França foi acusada de assédio sexual por dez empregados da sua cozinha. No tribunal, ela alegou que estava protegida por uma norma - datada da Idade Média - que autorizava os proprietários de terra a seduzir quem trabalhasse em seu terreno. Os juízes, depois de se assegurarem que a lei medieval jamais fora revogada, tiveram que inocentar a gulosa restaurantrice.
- A cidade de Chateauneuf-du-Pape, França, famosa por seus vinhos, proibiu, em 1954, que discos voadores pousassem sobre suas vinícolas. Só sobre as vinícolas! Caso isso acontecesse, o "veículo" deveria ser imediatamente recolhido para um depósito.
GUAM- Há homens em Guam cujo emprego em tempo integral é viajar pelo país e deflorar virgens, que os pagam pelo privilégio de ter sexo pela primeira vez. Razão: pelas leis de Guam, é proibido virgens se casarem.
HONG KONG- Em Hong Kong, uma mulher traída pode legalmente matar seu marido adúltero, mas deve fazê-lo apenas com suas mãos. Em contrapartida, a amante do marido pode ser morta de qualquer outra maneira.
INDONÉSIA - A penalidade para a masturbação na Indonésia é a decapitação.
INGLATERRA - Na cidade de York você pode legalmente matar um escocês se ele estiver a carregar um arco e flecha.
- A lei autoriza vendedoras a ficarem de topless em Liverpool, Inglaterra, mas somente em lojas de peixes tropicais.
- É proibido a dois homens adultos terem sexo numa casa onde haja uma terceira pessoa, conforme uma lei antiga do Reino Unido.
LIBANO - Os homens podem legalmente ter relações sexuais com animais, mas tem que ser fêmeas. Relações sexuais com machos são puníveis com a morte.
USA
-Atlanta: é ilegal amarrar uma girafa num telefone público.
- No Arizona, é proibido manter burros dentro de banheiras.
- É contra a lei ter mais de dois vibradores dentro de casa, também no Arizona.
- No Estado do Arizona, nos EUA: "Jumentos não podem dormir em banheiras"
-Baldwin Park, Califórnia: é proibido andar de bicicleta dentro de piscinas.
-Baltimore: é ilegal levar um leão ao cinema.
-Boston: é ilegal se banhar mais de uma vez por semana.
- Califórnia, Santa Ana: é ilegal nadar no seco.
- O município de Chico, na Califórnia, formulou uma lei que determinava uma multa de 500 dólares para quem explodisse uma bomba nuclear em seu território.
-Em Connorsville, Wisconsin nenhum homem pode disparar uma arma enquanto a parceira está tendo um orgasmo.
-Hartford, Connectitut: é proibido atravessar a rua plantando bananeira.
-Havaí: é ilegal inserir uma moeda na orelha. - No estado do Idaho, se um homem oferecer à sua amada uma caixa de bombons com menos de 20kg está a cometer uma ilegalidade perante a lei. - Indiana, South Bend: macacos não podem fumar cigarros.
- Em Illinois, Oblong, é proibido fazer sexo enquanto se está a caçar ou pescar no dia do seu casamento.
- Em Kingsville, Texas existe uma lei que proíbe os porcos de fazerem sexo dentro do aeroporto da cidade.
- Missouri, Natchez: uma lei proíbe os elefantes de tomar cerveja.
- o Estado de Washington formulou uma lei que obriga motoristas com intenções criminais a pararem nos limites da cidade, ligarem para o chefe de polícia e avisarem que estão chegando.
- Em 1980, o Estado do Wyoming proibiu que se tirem fotografias de coelhos entre janeiro e abril sem uma licença oficial. Os zelosos legisladores queriam proteger a privacidade dos bichinhos em sua época de acasalamento.- No Wyoming, é proibido cortar o cabelo de uma mulher.
Quer divulgar um carro? Alugue um bom blogueiro
A campanha de mídia social da Nissan para o lançamento de um de seus produtos está utilizando um blog que vai contar a experiência de um autor ao utilizar o carro.
Sem dúvida, uma boa sacada, pois o blogueiro Cristiano Dias vai utilizar o automóvel no momento em que muda com a família do Rio de Janeiro para São Paulo e se adapta ao ritmo da cidade. Leia mais
Aprendiz universitário
Patrocinadores se despedem e atiram na Globo
Comentário: Além de não dizer o nome da equipe para não citar a empresa patrocinadora, a Globo desfoca cenários, camisas, bonés, tudo para não permitir a publicidade não paga. A Globo se defendeu com a desculpa de que faz isso para não confundir jornalismo com publicidade. Mas, se fosse assim, a Globo deveria também tirar seus anúncios dos eventos esportivos, já que eles, segundo a emissora, são jornalísticos, não publicitários. Realmente, essa política da Globo é complicada até na área de cultura. Quando morava em Curitiba, já vi eventos culturais serem divulgados sem o nome do local em que acontece para não divulgar de graça uma empresa (uma livraria, por exemplo) ou uma instituição. Qual será a estratégia das equipes de vôlei? Não deixar os jornalistas da Globo entrarem das entrevisas coletivas? Com a Record subindo no IBOPE, isso é um perigo.
quinta-feira, maio 14, 2009
Smurfs e bananas inspiram obras sobre queda do muro de Berlim
Marcio Damasceno
De Berlim para a BBC Brasil
O governo alemão decidiu anular a concorrência para o "Nationales Freiheits- und Einheitsdenkmal" (Monumento Nacional pela Liberdade e Unidade, em tradução livre), afirmando que a qualidade dos trabalhos foi "insuficiente".
O júri decidiu pelo cancelamento da concorrência por ter considerado como "porcaria" 25% dos trabalhos. Segundo a imprensa alemã, alguns dos 19 membros da comissão de julgamento qualificaram trabalhos apresentados como "desastrosos" e "ingênuos".
Entre as propostas mais inusitadas, que abusam da criatividade e do bom humor, estiveram a imensa banana dourada (rara na Alemanha Oriental, a fruta representava no país o sonho de consumo capitalista), uma girafa e a festa dos smurfs, os pequenos duendes azuis personagens de desenho animado, comemorando a queda do Muro de Berlim, símbolo da Guerra Fria e da divisão da Alemanha, derrubado em 1989. Leia mais
Entrevista com Raphael Salimena
que tem feito muito sucesso entre os jovens...
quarta-feira, maio 13, 2009
Hipatia de Alexandria
Ética? Que ética?
Todo mundo ficou sabendo da frase do deputado federal Sérgio Moraes, que estava responsável em investigar o deputado que construi um castelo e declarou que não via razão para condená-lo. Para quem não está sabendo, foi: “Estou me lixando para a opinião pública. Até porque a opinião pública não acredita no que vocês escrevem. Nós nos reelegemos mesmo assim.”. Agora descobriram que o deputado responde a vários processos no STF, inclusive por envolvimento com uma rede de prostituição que usava até menores. Aliás, ele tinha um telefone público em casa, que usava para fazer ligações internacionais e para o disk-sexo. O Diogo Salles, colunista do Digestivo Cultural e cartunista do Jornal da Tarde, fez uma charge sobre o assunto, que reproduzo abaixo:
Onde?
- Sexta-feira se escreve com x ou com s?
E ele:
- Marca a reunião para a quinta.
Se fosse hoje, ele diria:
- Coloca onde.
E a frase ficaria algo como “A Diretoria do Corinthias marca uma reunião para a onde-feira”.
Parece piada, mas é exatamente o que estão fazendo com o “onde”. “Onde” é advérbio e se refere a lugar. Tem o sentido de “no lugar em que”. Mas essa palavra virou o coringa da língua portuguesa, sendo usada no lugar de qualquer palavra que a pessoa não se lembre no momento. Assim, ele tem substituído palavras tão díspares quanto “porém”, “pois”, “quando”, “assim”, “e”, “em que”, “no qual”, “enquanto”, “todavia” e muitas outras.
Assim, temos frases como:
A teoria ONDE o filósofo argumenta...
O rapaz roubou o pão ONDE estava com fome.
Eu gosto de pizza, ONDE vou comer tudo.
A Educação a distância é um processo mediado de aprendizagem ONDE professores e alunos estão separados.
Compre o produto ONDE ganhe o cupom.
O atentado aconteceu ONDE o secretário estava de férias.
Se formos levar ao pé da letra, a interpretação dessas frases seria:
A teoria NO LUGAR EM QUE o filósofo argumenta...
O rapaz roubou o pão NO LUGAR EM QUE estava com fome.
Eu gosto de pizza, NO LUGAR EM QUE vou comer tudo.
A Educação a distância é um processo mediado de aprendizagem NO LUGAR EM QUE professores e alunos estão separados.
Compre o produto NO LUGAR EM QUE ganhe o cupom.
O atentado aconteceu NO LUGAR EM QUE o secretário estava de férias.
Na verdade, o que se queria dizer era:
A teoria NA QUAL o filósofo argumenta...
O rapaz roubou o pão, POIS estava com fome.
Eu gosto de pizza, PORTANTO vou comer tudo.
A Educação a distância é um processo mediado de aprendizagem NO QUAL professores e alunos estão separados.
Compre o produto E ganhe o cupom.
O acidente aconteceu ENQUANTO o secretário estava de férias.
Além de ser gramaticalmente incorreto, o uso indevido do ONDE dificulta a compreensão do texto, prejudicando o processo de comunicação e ocasionando equívocos. Assim, da próxima vez em que for usar a palavra ONDE, pense bem e veja se é isso mesmo que você está querendo dizer. Na dúvida, troque o “onde” por “no lugar em que”. Se der certo, o onde está correto, caso não, coloque a palavra correta.
Deputado com carteira suspensa bate e mata 2
O deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho (PSB-PR), que dirigia em Curitiba a 190 quilômetros por hora, com a carteira de habilitação suspensa desde julho do ano passado por excesso de multas, provocou um grave acidente que causou a morte dos estudantes Gilmar Rafael Souza Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20.
Com o impacto da colisão, o Honda Fit ocupado pelos jovens virou sucata e os destroços foram parar numa rua paralela.
. Testemunhas disseram que o carro de Carli Filho, um Volkswagen Passat, voou por cima do carro dos jovens. Leia mais
Comentário: Ontem a mãe de um dos jovens que morreram dizia, no programa do Datena, na Band, que está se armando uma situação para encobrir o deputado. Segundo ela, não foi feito exame de dosagem alcóolica e as famílias da vítima não estão tendo acesso a nenhuma informação sobre o caso. Ela diz também, que, embora a informação oficial seja de que o deputado está em coma, a verdade é que ele não quebrou nenhum osso: "O freio do carro do deputado foi o carro do meu filho". Detalhe: o carro do deputado arrancou a cabeça dos jovens.
terça-feira, maio 12, 2009
Miracleman será finalmente reeditado?
segunda-feira, maio 11, 2009
Vídeos virais
Superbonder:
HSBC (feito por alunos de comunicação):
Terra sonora (feito pelos participantes do programa O Aprendiz):
Você foi meu 307:
O ódio está on-line
Star Trek empurra Wolverine para uma distante segunda posição
sábado, maio 09, 2009
Mais uma vez, a currutela no Congós
A caricatura
Ah, esses internautas!
Dica de blog
sexta-feira, maio 08, 2009
A ação viral do grupo Best
A ação do grupo Best foi realmente interessante por usar mensagens de celular, Twitter, blogs, Orkut, msn e e-mails. Os mecanismos de busca da net permitiram inclusive monitorar o resultado da ação.
Abaixo, vídeo com a primeira parte do programa (sim, eu sei que os leitores de Macapá não vão conseguir ver o vídeo inteiro, mas já dá para ter uma idéia):
quinta-feira, maio 07, 2009
HISTÓRIA DOS QUADRINHOS
Enquanto nos EUA os quadrinhos ainda eram vistos ou como uma leitura infantil ou como algo perigoso, na Europa começava um movimento intelectual de pesquisa e valorização das HQs que daria origem a um novo gênero: o erotismo sofisticado, com ares de arte.
O primeiro trabalho a se encaixar nessa proposta foi Barbarella, do quadrinista francês Jean-Claude Forest. A personagem apareceu pela primeira vez na revista V Magazine, em 1962. Em 1964 foi republicada num álbum de luxo, com grande sucesso. Barbarella era uma heroína espacial que viajava pelo espaço libertando planetas inteiros de tiranos opressores. Símbolo da revolução sexual, ela tinha grande disposição para fazer sexo, fosse com um homem ou um robô. A sensualidade era, para ela, uma arma.
Sônia Luyten, no livro O que é história em quadrinhos, diz que Barbarella é ¨um reflexo da própria evolução da mulher na sociedade moderna¨.
Em 1968 a personagem foi levada às telas com direção de Roger Vadin e tendo Jane Fonda no papel principal.
Outra personagem de grande destaque foi Jodele, criada pelo desenhista Guy Peellaert e pelo roteirista Pierre Bartier. Essa personagem francesa aproveitava o visual e a proposta da pop art com muita cor e onomatopéias (isso foi curioso, pois a pop art foi influenciada pelos quadrinhos e depois acabou influenciando-os). As aventuras de Jodelle aconteciam numa Roma fictícia, com tubos de neon, clubes noturnos e cadilaques.
O sucesso de Jodelle levou Peellaert a publicar um novo álbum, com uma nova personagem, Pravda. Vestida apenas com um colete e um cinto largo, ela viajava pelas estradas com sua moto turbinada.
Em 1967 a França vê a criação de Blanche Epiphanie, do desenhista Georges Pichard. Blanche era uma heroína romântica ingênua. Com um humilde emprego de entregadora de cheques, ela passava as noites remendando os trapos que de dia eram rasgados pelos clientes do banco, que sempre a assediavam. Mas a moça tinha um defensor mascarado, o herói Défendar, identidade secreta de um estudante de ciências, vizinho do quarto da moça.
A história foi publicada com muito sucesso pela V Magazine e depois dela vieram outras heroínas criadas por Pichard, a maioria loiras, rechonchudas e com sardas no rosto. Outra de suas grandes criações foi Paulette, com roteiro de Wolinsky. Paulette era uma herdeira de um império industrial, mas com idéias socialistas. Tudo era desculpa que ela se desnudasse. Seu companheiro de aventuras era um velho de mais de oitenta anos, transformado em uma linda jovem morena, o que causava situações embaraçosas. A personagem foi publicada em capítulos entre 1970 e 1976 na revista francesa Charlie O movimento de erotismo elegante francês teve grande influência em outras partes do mundo, especialmente na Itália, inclusive conseguindo a atenção de leitores adultos, que já não se interessavam mais pelos gibis.