Já escrevi aqui que Billy Wilder é um dos meus diretores prediletos. É o equivalente cinematográfico de Marcos Rey ou Monteiro Lobato em termos de preferência. Recentemente tive a oportunidade de assistir duas obras-primas desse diretor: Se meu apartamento falasse e O pecado mora ao lado.
O pecado mora ao lado (1965) é mais conhecido pela famosa cena de Marilyn Monroe com a saia levantada pelo vento. É a história de um homem cuja família saiu de férias e que se sente atraído por uma linda vizinha. Wilder consegue fazer dessa premissa boba um filme delicioso, divertido do início ao fim. É um estilo de direção que não cansa, apesar de lento em comparação com a moda atual de edição frenética. Destaque para a metalinguagem: em determinado momento, uma visista pergunta se tem alguém na cozinha e o homem responde: você acha que a Marilyn Monroe está na minha cozinha? Aliás, a atuação de Marilyn é a alma do filme. Só ela conseguiria fazer a garota ingênua e, ao mesmo tempo, extremamente sensual, que o papel exigia.
Apesar de marvilhoso, O pecado mora ao lado é só uma comédia de costumes. Se meu apartamento falasse (1960) vai muito além. Pela profundidade, lembra Chaplin: um empregado de uma grande empresa empresta seu apartamento para os chefes como forma de conseguir uma promoção. Mas as coisas começam a complicar quando ele descobre que o chefe está levando para seu apartamento a garota pela qual é apaixonado. A partir daí o filme oscila entre a comédia, o drama e o romance. Atuação fenomenal de Jack Lemmon e de Shirley McLaine ainda muito novinha e linda.
Sem comentários:
Enviar um comentário