Assisti ontem ao filme Açucena, o poder da Amazônia, primeiro longa metragem amapaense, do jovem cineasta André Araújo. Filmado com equipamento amador (assim como os filmes de Alexandre Magno), ele conta a história de uma bióloga que descobre uma fórmula restauradora, mas acaba sendo vítima da inveja de uma colega. A partir desse momento, a película passa a ser protagonizada pela filha da cientista, que é criada por uma tribo indígena.
É um filme de aventura e ação.
O roteiro poderia ser melhorado, especialmente por causa de dois ou três Deus ex machina que comprometem a suspensão de descrença em momentos específicos. Mas no geral, o expectador embarca na história e torce pela protagonista.
A direção tem vários momentos inspirados que revelam uma insuspeita intimidade com a linguagem cinematográfica para alguém tão jovem. O momento em que a garota vê os campangas "matando" a mãe é um deles. A câmera em câmera lenta se aproxima de um buraco na tela da janela e "pula" para dentro casa num plano sequência engenhoso, até focar na tatuagem de um dos bandidos.
Outro momento interessante é a passagem do tempo: as indiazinhas mergulham na água e quando saem já são jovens. Um trabalho interessante de edição.
Em suma: os jovens, com equipamento amador, mas boa ideias e criatividade, estão dando um banho em gente daqui do Amapá que tem equipamentos de melhor qualidade e não produz.
Estamos curiosos para ver a próxima produção do André Araújo.
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