Assistimos O grande segredo, filme de Fritz Lang, de 1945.
Lang é um mestre do suspense e usa todos os seus recursos narrativos nesse triller de espionagem em que um cientista americano tem que levar um físico italiano para os EUA como forma de evitar que os alemães construam a bomba atômica.
Lang usou um argumento super atual na época com maestria. O roteiro é muito bem construído e vai numa espiral em que um fato puxa outro, que puxa outro, que puxa outro. Quando parece que as coisas vão acalmar é exatamente quando elas complicam.
Destaque para a composição das cenas, com uso sempre inteligente de espelhos e da profundidade de campo, como na cena em que os dois cientistas estão conversando e o retrato de Mussolini na parede parece olhar para eles, criando um clima de angústia no expectador. Lang sabia usar como ninguém o cenário como elemento narrativo e as inovações trazidas por Orson Welles em Cidadão Kane cairam como uma luva para esse filme.
Também vale destacar que a película não se limita ao aventuresco. A personagem Gina, de Lili Palmer, por exemplo, acaba ganhando grande profundidade, em oposição ao herói, que pelos padrões da época precisava ser alguém infalível.
Um clássico, sem dúvida.
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