A vida íntima de Sherlock Holmes é um filme de Billy Wilder de 1970 baseado no clássico detetive da literatura. Consta que Wilder e seu parceiro I.A.L Diamond passaram 10 anos trabalhando no roteiro. O filme, no entanto, foi menosprezado na época.
De fato, não é o melhor de Wilder, mas é importante lembrar que a película foi lançada no início dos anos 1970, época em que a geração sexo drogas e rock´n roll estava revolucionando o cinema americano. Diante de filmes como Sem Destino, A vida íntima parece conservador.
Wilder parece ter se acomodado a uma direção puramente funcional, sem o drama de A Montanha dos sete abutres ou os experimentalismos de Farrapo humano. A força do filme provavelmente estaria no roteiro, que foi mutilado em quase duas horas pelos produtores. Ernest Walter, responsável pela montagem, conta que Wilder seguia tão rigorosamente o roteiro que “Era praticamente só cortar fora a claquete, e juntar com a tomada seguinte”. Mas nesse caso, ele teve que retalhar a película para adequá-la aos desejos dos produtores.
O depoimento revela também as diferenças de Wilder para os cineastas que fariam sucesso nos anos 1970: gente como Coppola muitas vezes mexia no roteiro ao mesmo tempo que filmava. Dennis Hopper praticamente não tinha o roteiro de Sem Destino. Hal Ashby, de Ensina-me a viver, muitas vezes mudava todo o filme na hora da edição e aproveitava a maior parte das improvisações dos atores.
Quem estiver curioso, pode ler um texto bastante aprofundado sobre o filme de Wilder clicando aqui.
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