Janela indiscreta (Alfred Hitchcock, 1955) é um dos melhores filmes da história do cinema. Uma verdadeira aula de cinema (e, se você souber fazer as conexões necessárias, de quadrinhos).
Para quem não conhece a história, trata-se de um fotógrafo impossibilitado de sair de casa após quebrar uma perna que se diverte observando os vizinhos, até presenciar o que acha ter sido um assassinato.
A sequência inicial é uma ótima demonstração da força narrativa das imagens. A câmera passeia pelo conjunto de prédios e nesse passeio, sem que nenhuma palavra seja dita, conhecemos tanto o ambiente da história quanto seus personagens, suas manias, características, suas histórias. É um filme com múltiplas narrativas paralelas que são acompanhadas em sequências praticamente mudas, em que ouvimos uma ou outra frase. No final, uma outra sequência de imagens mudas fecha a narrativa e nos mostra o que aconteceu com cada um dos personagens.
É também um filme sobre a força da sugestão. Tudo é mais sugerido do que mostrado - a começar pelo próprio assassinato, que em nenhum momento é mostrado.
Exemplo dessa sugestão é a rua, lá fora, que é entrevista apenas por um pequeno corredor. Provavelmente havia cenário apenas no trecho que pode ser visto pelo expectador, mas este imagina a rua inteira.
Cinema, como quadrinhos, é a arte de mexer com a imaginação do receptor.
Em tempo: Janela Indiscreta está na programação Clássicos Cinemark e passará novamente quarta-feira à noite.
Cinema, como quadrinhos, é a arte de mexer com a imaginação do receptor.
Em tempo: Janela Indiscreta está na programação Clássicos Cinemark e passará novamente quarta-feira à noite.
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