A marca é um dos elementos mais importantes de
qualquer produto. Hoje, o poder das marcas é tão grande que muitas delas valem
mais do que todo o ativo das suas empresas. A marca Coca-Cola, por exemplo,
vale aproximadamente 65 bilhões de dólares, mais do que todas as coisas físicas
que a empresa tem.
Uma boa marca começa com um bom nome. Muita gente
escolhe o nome baseado em uma brincadeira, um xiste, como se esse assunto não
fosse sério. Nomes como Pizzaria
Fracasso, Academia Osso, Mercearia do Zé Peidão, Lanchonete Comeu Morreu
são praticamente um atestado de incompetência. Nesses casos, o nome é um
indicativo de falta de qualidade do bem ou serviço.
Uma boa marca deve ser curta, fácil de pronunciar,
simples de escrever, fácil de lembrar e sem conotações negativas.
Uma das maneiras de encontrar um nome para o seu
serviço ou produto é procurar palavras que descrevam seu benefício. O creme
dental Sorriso é um ótimo exemplo, assim como a livraria Cultura.
Outra maneira é procurar palavras que se
relacionem com os benefícios e quebrá-las em várias partes, juntando
posteriormente os pedaços. O exemplo clássico é o Bombril, mistura de bom com
brilho. O grupo educacional Iuni é uma mistura de inteligência com
universidade.
Escolhido o nome, é hora de pensar no logotipo. O
logotipo é a formatação visual desse nome, com cores e fontes específicas. A
letra manuscrita da Coca-Cola, por exemplo, é tão marcante que alguns anúncios
apresentavam apenas parte dele e mesmo assim era possível identificar.
É nessa fase que se escolhem as cores da empresa,
que devem aparecer no logo. Dica: quando se trata de cores, menos é mais. A
maioria das empresas e produtos usa no máximo duas cores, tanto para evitar poluição visual quanto para garantir economia.
Quando a gráfica vai imprimir um panfleto ou um
folder, ela passa esse material na máquina para cada cor que será impressa. Um
material em policromia passa quatro vezes na máquina e, portanto, tem um preço
bem maior que o de um material que passa apenas uma ou duas vezes.
A companhia aérea Gol estendeu sua política de
baixo preço, baixo custo até mesmo para sua logo. São duas cores: laranja e
cinza, o que barateia até mesmo os custos de impressão de material.
A escolha da cor ou das cores da marca vai
refletir até nos detalhes. Por exemplo, numa lanchonete que use como cor o
laranja, o ideal é pintar as paredes numa cor neutra e colocar o laranja em
detalhes, como encosto das paredes, protetores de mesa, lixeiros, açucareiros
etc.
Escolhidas a cor e a fonte da marca, é necessário
criar um símbolo visual para ela: a TV no formato de globo terrestre, da rede
Globo, o traço estilizado da Nike. Esses símbolos devem ser bastante simples
para que sejam de fácil assimilação. A cruz, símbolo visual do cristianismo, é
um ótimo exemplo de como a simplicidade permite comunicar de forma extremamente
eficiente.
O símbolo visual também reforça o caráter de ícone da marca, facilitando sua assimilação – mesmo
por parte das pessoas que ainda não aprenderam a ler. Tanto que é comum ver
crianças lendo logomarcas (junção do logotipo com o símbolo visual).
Algumas empresas ainda utilizam mais um elemento
para facilitar a assimilação da marca: os mascotes, bonequinhos-símbolo da
empresa, que fazem muito sucesso, especialmente com o público infantil.
É importante lembrar que nem toda marca é de um
produto. Existem as marcas de empresas e até de uma linha de produtos. Por
exemplo, Nestlé é a marca da empresa. Nescafé é a marca do produto e Nescau é a
marca da linha ou da família de produtos (achocolatado, cereal, chocolate).
Algumas empresas adotam marcas de linha como
estratégia de posicionamento. A Unilever, por exemplo, fabrica os mais variados
produtos, de sabonete a sucos, passando pela famosa Maizena. A variedade é tão
grande que se corre o risco de confundir o consumidor. Como a marca Unilever
está muito ligada a sabonetes e produtos de higiene, para caldos de carne e
macarrões instantâneos foi criada a marca Knorr. Para sorvetes, é usada a marca
Kibon. Para sucos derivados de soja, é usada a marca Ades. Com isso, a empresa
consegue ter produtos nas mais diversas áreas, sem confundir a cabeça do
cliente.
Outra tendência são as marcas privadas, também
chamadas de marcas de loja. É cada vez mais comum produtores entregarem o
produto para as lojas e estas colocarem sua marca neles. Assim, vê-se cada vez
mais produtos com as marcas Carrefour ou Wall-Mart, por exemplo. Essa tendência
tem sido muito boa para a loja, que fortalece sua própria marca, além de fazer
com que o consumidor, na medida em que gosta daquele produto, fique fiel ao
ponto de venda. O produtor também tem certeza de destaque nas prateleiras, além
de não precisar gastar com publicidade (o processo de contrução de uma marca na
mente do consumidor é caro e demorado). O aspecto negativo é que o produtor
fica na mão do varejista, que impõe até mesmo o preço de venda. Além disso, se
o varejista resolver desistir do produto, o fabricante ficará sem mercado da
noite para o dia.
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