Biografia escrita por Jeffrey Meyers revela que uma gaúcha, filha de ingleses, foi amante, mecenas, conselheira e agente literária do autor dos romances distópicos “1984” e “A Revolução dos Bichos”
“A Segunda Mais Antiga Profissão do Mundo” (Três Estrelas, 407 páginas) contém artigos-ensaios de um dos grandes polemistas da imprensa brasileira, Paulo Francis (1930-1997). Um dos textos, “O exemplo de Orwell, um individualista”, de janeiro de 1981 (o que mostra que suas ideias permanecem atuais), levou-me à leitura de duas biografias, “Orwell — La Conciencia de una Geración” (Ediciones B, 443 páginas, tradução de Maria Dulcinea Otero), de Jeffrey Meyers, e “Orwell — Biografia Autorizada” (Emecê, 516 páginas, tradução de César Aira), de Michael Shelden. A biografia que o jornalista comenta é “George Orwell — Uma Vida”, de Bernard Crick, anterior às duas que comentarei brevemente.
Uma das revelações de Jeffrey Meyers é que Mabel Robinson Fierz, uma das principais mecenas e, até, agente literária de George Orwell (cujo nome verdadeiro era Eric Arthur Blair), nasceu no Rio Grande do Sul, no Brasil. Ela patrocinou, direta ou indiretamente, o autor de “1984” e “A Revolução dos Bichos”, romances distópicos que que todo leitor verdadeiro tem obrigação de ler — seja para concordar, discordar ou mesmo não ter opinião alguma a respeito — porque se tornaram parte do imaginário ocidental. Michael Shelden também menciona Mabel Fierz, por sinal casada com Francis Fierz (curiosamente, Paulo Francis era pseudônimo de Franz Paul Trannin da Matta Heilborn), mas não destaca que nasceu no Brasil. Logo no prefácio, Jeffrey Meyers assinala que Mabel Fierz foi a “primeira mecenas e seguidora” do autor de “Dias na Birmânia” (Companhia das Letras, 360 páginas, tradução de Sergio Flaksman). Leia mais
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