No final da década de 1960 os
super-heróis começaram a entrar em crise. O final da era de prata dos
quadrinhos foi marcado pelo desaparecimento de várias editoras e títulos. Na década
de 1970 começaria a chamada era de bronze. Foi um período em que os editores se
viram obrigados a testar novos formatos e gêneros na tentativa de manter o
interesse do leitor. Um personagem que encarnou essa época foi Conan, o
bárbaro.
Conan, criado pelo escritor
texano Robert E. Howard, surgiu na história The Phenix on the sword, publicada
na revista pulp Weird Tales, em 1932. Na década de 1960 suas histórias foram
republicadas, chamando a atenção de Roy Thomas, o roteirista mais importante da
Marvel, depois de Stan Lee. Dois resolveram que aquilo daria um bom quadrinho.
O dono da Marvel, Martin Goodman, não tinha gostava do personagem. Afinal, ele
era amoral, vingativo, ladrão e adorava uma bebedeira e uma orgia. Para quem
achava que os quadrinhos eram lidos só por crianças, esse parecia um personagem
que não iria agradar. Stan Lee, no entanto, convenceu-o a publicar.
Para a desenhar a história
foi designado um ilustrador inglês, novo no meio, chamado Barry Smith. Ele fez
um Conan com visual art-nouveau que chamou a atenção do público. Apesar do
sucesso, Smith acabou abandonando os quadrinhos para se dedicar a outras
variantes artísticas. Para substituí-lo foi chamado um veterano da Marvel, John
Buscema. Buscema mudou o personagem, tornando-o mais másculo e mais bárbaro,
definindo o que seria o visual do personagem dali para a frente. Quando a
revista deixou de ser colorida e passou a ser publicada no formato magazine
(maior que o dos gibis), as vendas estouraram, pois a revista alcançou um
público bem mais adulto, que já tinha desistido de ler super-heróis.
O sucesso de Conan também
esteve ligado aos ótimos arte-finalistas de origem filipina, como Ernie Chan e
Alfredo Alcala, que distanciavam o traço de Buscema daquele que ele usava nos
super-heróis.
O sucesso absoluto do
personagem fez com que surgissem vários outros personagens nos mesmos moldes.
No começo, a própria Marvel aproveitou para publicar outros personagens criados
por Robert E. Howard, como Kull, o conquistador e Sonja, a guerreira, que fez
muito sucesso no traço de Frank Thorne. Tratava-se de uma mulher que só podia
entregar sua virgindade ao homem que a vencesse em combate. Como isso nunca
acontecia, a história se equilibrava entre a sensualidade e a ação.
A DC entrou na onda com O
Guerreiro, criação de Mike Grell, sobre um piloto da força aérea
norte-americana que vai parar no centro da terra, onde existe um mundo dominado
pela espada e pela magia.
Na década de 1980 Conan
ganhou uma versão cinematográfica, estrelada por Arnold Schwazenegger, o
primeiro sucesso cinematográfico do ator.
Conan fez um sucesso extremo
no Brasil, onde continuou popular mesmo quando a Marvel não estava mais
produzindo novas histórias. Por causa disso, as editoras (inicialmente a Abril
e depois a Mythos) continuaram a revista apenas com republicações. Depois o
personagem foi adquirido, nos EUA, pela editora Dark Horse. As novas histórias,
assinadas pelo roteirista Kurt Buziek e pelo desenhista Cary Nord têm
conseguido agradar aos velhos fãs.
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