Em 1964 as bancas norte-americanas viram
aparecer uma revista sobre os filmes de terror chamada Famous Monsters of Filmland (Monstros Famosos do Cinema).
O editor era o desconhecido Jim Warren.
Em certo número de sua revista, Warren
publicou uma HQ de terror e ficou esperando a reação. Ele temia que a revista
fosse boicotada pelo Comics Code, que regulava os gibis americanos e havia
acabado com a editora EC, especializada em terror. O gênero era totalmente proibido,
mas ninguém prestou atenção àquela HQ. Warren logo percebeu que o formato
magazine (20,5 x 27,5 cm) era
visto como sendo para adultos e, portanto, não estava sob controle do código. Era
o sinal verde para lançar uma revista só de terror, no novo formato e em preto
e branco.
Assim, no inverno de 1964 surgia a
revista Creepy (algo como
assustador). No ano seguinte surgia a Eerie, seguindo a mesma linha. As duas
revistas juntavam a nata da EC Comcs, com artistas como Joe Orlando, Frank
Frazetta e Reed Crandall. Além disso, foram se somando aos poucos novos
artistas, como Steve Dikto, Gene Colan, Neal Adams, Richard Corben, Berni
Wrightson, entre outros.
Para
editar as revistas e escrever as histórias foi contratado Archie Goodwin, um
roteirista mediano no gênero super-hérois, mas sempre muito criativo em outros
gêneros. Posteriormente foi contrato também o editor e roteirista Bill Dubay.
Na
década de 1970, a revista vivia sua fase áurea, mas ao mesmo tempo enfrentava
um problema: editoras maiores, como a Marvel, começaram a entrar nesse mercado
e a oferecer maiores benefícios aos desenhistas. Então, justamente quando as
revistas mais vendiam, começou a faltar mão-de-obra. A solução foi dada por
Bill Dubay, que entrou em contrato com um grupo de artistas espanhóis para
substituir os americanos que estava debandando. O que era um problema acabou
virando a favor da editora: os novos artistas espanhóis contratados eram
espetaculares e deram início à fase de ouro da Warren, produzindo as melhores
histórias de suspense, terror e ficção-científica da década de 1970. Entre os
novos artistas, destacavam-se Esteban Maroto, com um traço psicodélico que foi
imitadíssimo na época, e José Ortiz.
Foi
na Warren que surgiu a mais famosa vampira dos quadrinhos (embora não tenha
sido a primeira. Esse posto é ocupado por Mirza, do brasileiro Eugênio
Colonnese): a Vampirella. A personagem estreou em 1969 e transformou-se logo
num sucesso. A roupa foi criada por Trina Robbins, mas a personagem acabou
sendo delineada visualmente pelo grande Frank Frazetta.
No
Brasil, as histórias da Warren foram publicadas na revista Kripta, da editora
RGE e durou 60 edições, com grande sucesso. O slogan, usado na propaganda de
TV, era ¨Com Kripta, qualquer dia é sexta-feira e qualquer hora é meia-noite¨,
tornou-se célebre.
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