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Edgar manobrou e colocou o carro
ao lado da bomba vazia.
- Eu encho o tanque. - disse. Vá
lá e desligue a outra mangueira. Vamos torcer para tudo dar certo. Se aquelas
coisas voltarem a aparecer, não temos onde nos esconder.
- Ok.
O professor contornou o carro,
tirou a tampa do tanque e a colocou sobre o carro. Ao pegar a mangueira
sentiu-se perdido. Tinha visto os frentistas usando aquele aparelho centenas de
vezes, mas agora sua cabeça parecia ter sido tomada por um branco. Ficou lá,
parado, olhando para ela, incapaz de agir.
Foi quando ouviu alguém gritando.
- Olá! Não vão embora! Não sou um
deles! – gritava o jovem, correndo na direção do carro. Usava uma calça jeans
rasgada, uma camiseta branca e tênis All Star. Nas costas levava uma surrada
mochila preta.
- Mas, que idiota! – rosnou Jonas.
Esses gritos vão chamar aquelas coisas! Apresse isso!
Edgar pareceu despertar de um
transe e finalmente colocou o bocal no tanque e apertou-o, deixando sair
gasolina.
O rapaz parou entre ele e Jonas e
se inclinou, colocando as mãos sobre os joelhos, ofegante:
- Ah, eu estou fora de forma!
Depois olhou para os dois homens,
que pareciam não percebê-lo. Olhavam à volta, preocupados.
- Caras, desculpe ter assustado
vocês. Mas são as primeiras pessoas normais que encontro e...
Jonas cortou-o:
- Depois você conta a história de
sua vida. Agora entra no carro! Edgar, eles estão vindo!
Edgar olhou na direção que o outro
apontava. A mangueira de combustível pulsava em sua mão. Lá longe um grupo
compacto se aproximava. Era uma multidão ainda maior do que a que vira antes. Não
corriam, mas não demorariam para alcançá-los.
Dentro do carro, Sofia olhou-o, os
olhos aflitos.
- Precisamos ir. – avisou Jonas.
- O tanque estava vazio. Coloquei
pouca gasolina...
- Se eles nos alcançarem, isso não
vai fazer diferença!
- Entre no carro, vou tentar
colocar um pouco mais.
Jonas entrou. Lá dentro, o rapaz e
a menina dividiam a atenção entre o professor manipulando a mangueira de
gasolina e a horda que se aproximava.
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