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Edgar se virou assustado. Era um
homem negro de meia idade. Este levou o dedo indicador aos lábios e fez sinal
de silêncio, depois puxou-o para o mercado.
- Mas o quê? – protestou Edgar.
- Silêncio! O barulho atrai eles.
Deus queira que eles não tenham visto você!
- Eles quem?
O homem negro olhou-o, intrigado.
- Você não sabe de nada?
(o que, o que ele deveria saber?, pensou ele,
enquanto sua pele se arrepiava)
- Vamos, entre antes que eles nos
vejam.
Lá dentro, uma menina os esperava,
os olhos assustados. Era uma garotinha branca, de cabelos castanhos claros,
quase ruivos. Não podia ser filha do homem que o chamara. A menina vestia uma
saia rosa e uma blusa branca rasgada. Seus cabelos estavam desgrenhados.
Então ele ouviu.
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