O Gueto de Varsóvia foi o maior gueto no qual os alemães
apinharam judeus após a invasão da Polônia. O local abrigava 380 mil pessoas, a
maioria das quais pereceu graças à fome, doenças e deportações para campos de
concentração.
A idéia de criar um gueto para aprisionar todos os judeus
de Varsóvia e das imediações surgiu logo após a invasão da Polônia, mas
discordâncias entre as várias instâncias do poder e os apelos do conselho
judaico, que alegavam serem os judeus uma força de trabalho importante atrasaram
a decisão.
Mas em 16 de outubro de 1940 o gueto foi finalmente
estabelecido. Toda a população judaica das proximidades foi enviada para lá. Ao
final, o gueto tinha 30% da população de Varsóvia, mas só ocupava 2,4% do
território. Em 16 de novembro foi levantado um muro, isolando completamente o
gueto do resto da cidade.
As rações para os judeus eram oficialmente limitadas a
184 calorias por dia. Em termos de comparação, um polonês em média consumia
1.800 calorias e uma alemão 2400 calorias. Especialistas aconselham consumir ao
menos 2000 calorias por dia. A comida dos judeus no gueto era dez vezes menor
que isso.
Apesar da desnutrição e das dificuldades, os judeus
conseguiam manter uma vida social, estabelecendo escolas, orquestras e
exposições, já que alguns dos mais importantes artistas intelectuais da Polônia
estavam presos ali.
O historiador Emmanuel Ringelblum fez um notável trabalho de preservação
histórica, reunindo 50 mil documentos (ensaios, diários, memórias, jornais
ilegais, posteres, bilhetes de teatro) e escondendo-os em três caixas,
enterradas no gueto. Duas caixas já foram recuperadas e acredita-se que a
terceira esteja embaixo das fundações da embaixa da China em Varsóvia.
Entre as personalidade que estiveram presas no gueto estão
Władysław Szpilman cujo livro inspirou o filme O pianista, de Roman Polański, e
Marcel Reich-Ranicki, o crítico literário alemão mais famoso da
atualidade.
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