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- Estão cada vez mais próximos! –
avisou Jonas.
- Melhor ir embora. Não é seguro
aqui. – pediu Alan.
Edgar olhou no relógio. Tinha
prometido quinze minutos para Zu e, apesar do perigo, queria cumprir a
promessa.
- Entrem no carro. Vou esperar de
motor ligado.
O professor ligou a chave e olhou
novamente o relógio. O urro dos zumbis estava cada vez mais próximo.
Faziam exatamente quatorze minutos
do prazo quando Zulmira apareceu na esquina. Segurava a galinha nos braços e
corria, desesperadamente. Assustada, Pimpinela cacarejava, mas era impossível
ouvi-la, tamanha era a balbúrdia da horda.
- Ela não vai conseguir. Estão
perto demais! – avisou Alan, lá atrás.
Edgar engatou a primeira e saiu
com o carro.
- Você vai....? – perguntou Jonas,
ao seu lado.
- Vou resgatá-la. Preparem-se para
abrir a porta de trás.
Ao contrário do que se esperava, o
carro foi na direção da horda. Passou por Zulmira e fez a volta. Alan abriu a
porta.
- Entre! – gritou Edgar.
Zu entrou e a menina ao seu lado
abriu um sorriso de felicidade.
Mas esse pequeno espaço de tempo
foi suficiente para que a multidão se aglomerasse ao redor deles.
Edgar engatou a primeira e tentou
sair. Mas não conseguiu. A multidão aglomerara-se à frente do carro, como uma
verdadeira parede humana.
- Pisa fundo! – pediu Jonas.
- Estou no máximo!
Os zumbis gritavam e batiam na
lataria do carro. Um deles acertou a janela com tanta força que ela se
estilhaçou em mil pedaços. A força usada fora enorme e provavelmente quebrou
sua mão, mas ele parecia não se importar. Com a outra mão tentou agarrar Sofia.
Em desespero, Edgar engatou a ré e
acelerou. Felizmente, a barreira atrás do carro era menos compacta e isso lhe
deu algum espaço para manobrar. A roda traseira pareceu passar sobre algo e
ouviu-se um gemido molhado. A manobra deu certo e agora havia menos pessoas na
frente.
Edgar acelerou.
O carro guinchou, suas rodas
patinando loucas contra o asfalto, mas enfim se livrou da multidão. Edgar
aumentou a velocidade e, viu, aliviado, os zumbis lá atrás, se afastando. A
experiência anterior tinha lhe ensinando a não seguir em frente para evitar que
a horda os seguisse, então virou à direita e depois à esquerda.
- Todo mundo bem? – disse, olhando
pelo retrovisor.
Havia vidro quebrado espalhado
pelo banco e Alan, Zulmira e Sofia tinham olhares assustados. A galinha se
aninhara no braço da dona, e tremia. Fora isso, pareciam bem. Ao menos, não
havia nenhum ferimento aparente.
- Ei, camarada, veja isso. – disse
Jonas.
Edgar olhou para a frente e por um
momento seu coração acelerou.
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