Quase todos os heróis dos quadrinhos entraram no esforço
de guerra, ajudando na divulgação dos ideais norte-americanos. O Fatasma combateu
japoneses que invadiram as floresas de Bengala e até Flash Gordon voltou do
planeta Mongo para dar combate aos nazi.
Mas um herói foi criado especialmente para fazer frente a
Hitler: o Capitão América. O personagem era uma criação de dois artistas judeus,
o roteirista Joe Simon e o desenhista Jack Kirby.
Eles imaginaram
uma herói que teria como principal vilão o líder nazista e levaram a idéia para
Martin Goodman, chefão da Timely (atual Marvel). Este gostou tanto da idéia que
resolveu lançar uma revista às pressas. Afinal, o principal vilão poderia
morrer logo e a revista perderia a graça.
O gibi mostrava
como um franzino soldado, Steve Rogers, transformava-se em um super-soldado
graças a uma experiência científica.
No primeiro
número, o Capitão aparece dando um soco em Hitler, o sonho de 10 em 10 garotos
norte-americanos (especialmente os de descendência judia).
Como era de se
esperar, o gibi foi um sucesso e gerou muita polêmica. Joe Simon conta que a
editora foi inundada por uma torrente de cartas de ódio e telefonemas obcenos
cujo teor era: “morte aos judeus!”. O
prefeito de Nova York mandou uma guarnição para proteger os artistas e
telefonou pessoalmente, felicitando-os pelo seu trabalho na revista.
Os artistas,
entretanto, só foram perceber a extensão do sucesso do personagem quando
começaram a aparecer uma porção de imitadores.
Com o fim da guerra, Kirby e Simon abandonaram a Marvel para criar na
DC o último grande sucesso do gênero: Os Boys Comando.
Stan Lee tentou
continuar as histórias do Capitão América, transformando-o num professor que
combatia o crime nas horas vagas.
Kirby e Simon ficaram tão furiosos
que resolveram criar uma paródia do seu personagem: o Fighting Amerícan, um
super-herói que enfrentava vilões inaptos, com nomes ridículos, como
Super-Khakalovitch e Hotsky Trotsky.
Evidentemente, a versão de Stan Lee
não deu certo e a própria Marvel passou a desconsiderá-la.
Na década de 1960 o personagem
voltaria a alcançar sucesso, numa versão de Stan Lee e Jack Kiby, mas não se
envolveu na guerra do vietnã.
O Capitão
América foi o primeiro personagem de HQ a assumir abertamente um discurso
político.
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