No início da década de 1970 os quadrinhos de faroeste iam mal das pernas. Parecia impossível que um gibi de cowboys pudesse fazer sucesso. Foi quando surgiu Jonan Hex. Um dos primeiros anti-heróis dos quadrinhos, Hex era diferente de tudo que se fizera no gênero até então.
Na época, a DC publicava a
revista All Star Western, mas as histórias não estavam agradando os novos
leitores, acostumados às inovações da Marvel e da própria DC. Joe Orlando, o
editor, e o escritor John Albano queriam criar tentar algo novo. Albano teve a
ideia de caçador de recompensas, um homem mau-humorado e mau-caráter. A ideia
era se afastar o máximo do estereótipo do cowboy difundido por Hollywood e
pelos quadrinhos. O desenhista escolhido para a série, o filipino Tony
DeZuñiga, pegou exatamente o espírito do personagem, fazendo-o com roupa de um
confederado da guerra civil americana e uma enorme cicatriz no lado direito do
rosto, que acabou se tornando sua marca registrada.
O traço de Zuñiga era tão
realista que muitos achavam que ele usava referências fotográficas. O que
ocorre é que no início de carreira ele havia usado tantas referências que tinha
se acostumado a fazer um traço realista.
Joe Orlando ficou receoso em
publicar um personagem mau-caráter e acrescentou um lado bom, dando profundidade
ao personagem.
Essa característica aparece
já na primeira história. Jonan nos é apresentado como um impiedoso caçador de
recompensas, mas que usa o dinheiro para ajudar uma viúva endividada e seu
filho. O final feliz que se insinua aí faz lembrar o clássico faroeste Os
brutos também amam. Mas a viúva se mostra pouco agradecida e o herói termina a
história ainda mais enfezado que no início, mostrando que aquela não seria uma
série comum.
Jonan Hex estreou na revista
All-Star Western, em 1972 e logo se tornou o protagonista da mesma. Em 1977
ganhou revista própria, que durou 92 números, sendo publicada até 1985. É, até
hoje, um dos mais famosos cowboys dos quadrinhos.
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