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Jonas se virara para os zumbis, as
facas em suas mãos erguidas, pronto para se defender.
- Eles estão entre nós e a escada!
Um dos zumbis urrou e correu na
direção deles.
Veio descontrolado, pouco se
importando com as facas que brilhavam à sua frente.
Jonas rasgou o ar com a faca e a
ponta dela passou pelo nariz do zumbi, tirando um filete de sangue. Uma segunda
faca passou, agora pela garganta e o filete se misturou ao jorro. O zumbi parou
por um instante, como que surpreso, seus olhos mortos e indecisos. Então caiu.
- Corram! – gritou Jonas.
Edgar correu o mais que pôde. Não
sabia para onde estava indo ou para que lado estavam os outros. A multidão
atrás de si e seu urrar caótico eram a única coisa que em que pensava.
Infelizmente havia poucos carros no estacionamento e se esconder parecia
impossível.
As pernas já começavam a falhar e
a respiração era forçada. O peso da idade já começava a cobrar seu preço. Mesmo
assim, ele continuava correndo, olhando de tempos em tempos para trás. Na
última vez que olhou, percebeu que a multidão se afastava cada vez mais. Os
três haviam se separado, criado três objetivos e a grande massa não sabia como
responder a isso. Sem as camadas mais evoluídas do cérebro, só lhes restara os
comportamentos instintivos, de ação imediata. Agora, sem saber aonde ir, o
grupo paralisara, indeciso.
Edgar escondera-se atrás de uma
coluna e os observava. O grupo agora era maior, talvez umas vinte pessoas. Mas
o que ganhara em número, perdera em iniciativa. Ficavam ali, mexendo-se,
grunhindo, mas incapazes de decidir por um rumo.
Eles ainda estavam entre ele e a
porta que dava acesso aos andares superiores. Se conseguisse passar por eles
sem ser visto, talvez pudesse se salvar.
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