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- Sangue! – repetiu Zu, enquanto
Jonas se aproximava da menina. – O psicopata cortou o pescoço dela!
A menina ainda respirava e os
olhava, assustada. Parecia desfalecer.
Jonas apertava a ferida:
- Vamos precisar limpar isso e
estancar o sangue. É provável que ele não tenha cortado a jugular, mas em todo
caso talvez precisemos costurar. Precisamos achar uma farmácia.
- Onde vamos achar uma farmácia?
Ainda mais sem carro? – indagou Alan.
- Sei onde tem uma farmácia aqui
perto...
Edgar não continuou. Ficara em
silêncio, apurando o ouvido:
- Estão ouvindo?
- Oh não! Eles estão vindo!
Roberto viu o portão se fechar e
olhou satisfeito para a faca: estava com o sangue da menina.
Então entrou na casa e voltou para
o quarto secreto. A mulher estava ali, os olhos enormes e assustados.
- Pensou que iria escapar? Pensou
que alguém surgiria para salvá-la?
A mulher piscou os olhos e gemeu,
único gesto de comunicação que lhe era permitido.
Roberto pegou a faca, ainda suja
do sangue de Sofia e passou a ponta pelo corpo da mulher. O fio era agudo e
deixava uma marca na pele, como um lápis vermelho. A mulher se contorcia,
tentando em vão se livrar e agora gemia ainda mais alto, de desespero. Não que
a dor fosse tão corte, ele sabia. Era o medo da faca, o medo do que ele ainda
iria fazer com ela, a lembrança da dor de suas pernas e braços cortados. Ela
desmaiara de dor cada em cada um dos membros que ele tirara. Roberto gostava
disso, dessa tortura psicológica. Isso o deixava excitado e, excitado, ele se
lembrou.
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