Segundo o historiador Lothar Macthan, sim. Macthan
analisou diversos documentos para chegar a essa conclusão. Um deles foi o livro
“Adolf Hitler, meu amigo de juventude”, escrito por August Kubizek e publicado
em 1953. Kubizek relata a amizade infantil dois como se estivesse contando um
caso homossexual. Diz que buscavam tenazmente o afeto e a profundidade um do
outro e que tinham uma intimidade genuína. Hitler tinha ciúmes do amigo, pois
não gostava que ele estivesse com outros rapazes. Como Adolf tinha verdadeira
aversão por contato físico, poucas vezes apertando as mãos de outras pessoas,
esse contato íntimo com o amigo de infância ganha ares ainda mais
comprometedores.
O relato de uma noite que os dois passaram juntos numa
cabana nas montanhas parece um idílio erótico homossexual com direito aos dois
nus e a Hitler achando que aquele final romântico era muito agradável.
No período de 1906 a 1909 uma denuncia feita por um judeu
agitou os meios homossexuais. O jornal Zukunft (Futuro), editado pelo judeu
Maximilian Harden acusou o príncipe Philipp von Eulenburg de exercer uma
influência negativa sobre o imperador alemão Guilherme II. Segundo a denúncia,
von Eurlenburg seria homossexual. De acordo com Lothar, essa denuncías
encontraram “solo fértil em Hitler, que deve ter feito alguma associação entre
sua própria orientação sexual e as acusações públicas contra o conselheiro
homossexual do imperador alemão. Ele deve ter se sentido pessoalmente atacado
pelas revelações de Harden”, o que fez com que ele se tornasse profundamente
anti-semita. Segundo o historiador, Hitler usou o seu ódio contra o judaismo
como forma de lutar contra o medo de ser desmascarado.
Na época em que morou em Viena, trabalhando como pintor
de postais, o futuro fuhrer conviveu intimamente com muitas personalidades
abertamente gays. Talvez dessa época ele tenha adquirido o costume de adotar
posturas homoeróticas nas fotos que tirava.
Existem vários relatos de pessoas, inclusives altos
membros do partido nazista, descrevendo Hitler como homossexual. Entre outras
evidências, foram encontradas cartas de chantageadores ameaçando revelar o
passado obscuro de Hitler.
Outro fato constrangedor na biografia do ditador era seu
relacionamento com o motorista pessoal, para o qual o fuhrer costumava dar
comida na boca. Os dois gostavam de viajar pelo interior da Alemanha para
observar a paisagem e se hospedavam juntos em hotéis de beira de estrada.
Mas o maior indício da homossexualidade de Hitler parece
ser as severas leis anti-homossexuais aprovadas pelo fuhrer, que permitiram à
Gestapo prender, torturar e enviar para campos de concentração qualquer um
suspeito de “atos despudorados”. Segundo Lothar, “Hitler tinha pavor da falta
de transparência dos redutos homossexuais que ele conhecia tão bem em Viena e Munique.
Ele sabia que dali, a qualquer momento, poderiam vazar informações
difamatórias, inclusive contra sua própria pessoa. Queria sufocar essas ameaças
potenciais, transferindo a tarefa ao chefe do aparelho de terror, Heinrich
Himmler”.
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