segunda-feira, outubro 23, 2017

Prelúdio à Fundação


Fundanção é uma série monumental criada por Isaac Asimov: em um futuro distante os seres humanos se espalharam por milhões de planetas governados por um império. Mas o império está em decadência em breve será esfacelado em milhares de feudos, provocando uma era de trevas, violência e atraso científico que irá durar mil anos. Mas um homem, Hari Seldon, o criador da psico-história (disciplina capaz de prever estatisticamente o futuro da humanidade), tem um plano para diminuir esse tempo: a Fundação.
Essa história deu origem a uma trilogia, escrita na década de 1950. Posteriormente, Asimov escreveu quatro livros no mesmo universo. Prelúdios à Fundação é um deles.
O livro é focado na história de Seldon e como ele decide dar segmento à Psico-história, uma teoria matemática que ele considerava possível, mas impraticável. Ao mesmo tempo, mostra sua fuga pelo planeta Trantor, sede do império, enquanto vários grupos tentam se aproveitar da psico-história para seus próprios fins.
É o livro mais teórico da série, como longos diálogos sobre lógica matemática, história e a possível junção dos dois. Asimov esforça-se para tornar o livro mais palatável – a princípio com a trama de espionagem, mas principalmente com a abordagem antropológica: ao visitar os diversos setores de Trantor, Seldon conhece as diversas culturas ali representadas.
Um dos locais mais interessantes é Mycogen, um bairro cuja população se considera descendente dos habitantes de Aurora, o mundo em que a vida humana teria surgido (segundo eles). Na cultura local, pelos no rosto são considerados indecentes, repulsivos e indecentes. Quando entram na puberdade, tanto homens quanto mulheres são totalmente depilados. Visitantes devem usar toucas que cobrem completamente seus cabelos e faixas que cobrem suas sobrancelhas. Em determinado momento, Seldon é quase linchado em um ônibus quando sua toca se desloca, deixando aparecer parte de seu cabelo.
Asimov mostra assim, através de uma metáfora, como as questões morais podem variar de uma sociedade para outra: como o que é normal em um local pode ser obsceno em outro, como o que é considerado importante em um local pode ser irrelevante em outro.

Só por isso Prelúdio à Fundação já valeria a leitura. Mas estamos falando de Asimov, então temos também uma trama bem elaborada com uma surpreendente virada no final. De negativo apenas a extensão do livro: 450 páginas. Asimov se sai melhor quando é mais conciso.  

Sem comentários: