sexta-feira, janeiro 26, 2018

La casa de papel


Existe toda uma tradição de filmes sobre golpes elaborados e assaltos. Alguns exemplos disso são 11 homens e um segredo (Steven Soderbergh, 2001) e Golpe de Mestre (George Roy Hill, 1973). Um ótimo exemplo desse gênero é a série La casa de papel, criada por Álex Pina para o canal espanhol Antena 3 e lançado no Brasil pela Netflix.
Com roteiro intricado e inteligente, a série mostra um assalto à Casa da Moeda espanhola. Quando estão saindo com o dinheiro, são surpreendidos pela polícia e retornam para o prédio. É quando se revela o verdadeiro plano: a ideia é ficar lá dentro durante dias, imprimindo o seu próprio dinheiro: cédulas impossíveis de serem rastreadas.
Por trás disso, a figura do Professor, um tipo intelectual que bolou o plano como quem joga xadrez, antecipando as ações da polícia e se aproveitando delas.
Claro que o Professor não pode prever tudo e muitas vezes as coisas saem do controle, seja tanto fora da Casa da Moeda quanto dentro. No outro lado, uma policial responsável pela negociação que percebe o jogo do Professor e começa também a jogar com ele – e este começa a jogar com ela em uma dinâmica de gato e rato.
Da mesma forma, temos as relações entre os assaltantes e destes com os reféns. O tempo todo algo está acontecendo – e os roteiristas jamais deixam cair o nível da narrativa.  
Além disso, há diversas referências, tanto musicais (a música Bella Ciao é título de um dos episódios) e visuais, como as máscaras de Salvador Dali usadas pelos assaltantes.

O resultado é uma série viciante, que está se tornando sensação no Brasil. 

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