Existe toda uma tradição de filmes sobre golpes
elaborados e assaltos. Alguns exemplos disso são 11 homens e um segredo (Steven
Soderbergh, 2001) e Golpe de Mestre (George
Roy Hill, 1973). Um ótimo exemplo desse gênero é a série La
casa de papel, criada por Álex Pina para o
canal espanhol Antena 3 e lançado no Brasil pela Netflix.
Com roteiro intricado e inteligente, a série
mostra um assalto à Casa da Moeda espanhola. Quando estão saindo com o
dinheiro, são surpreendidos pela polícia e retornam para o prédio. É quando se
revela o verdadeiro plano: a ideia é ficar lá dentro durante dias, imprimindo o
seu próprio dinheiro: cédulas impossíveis de serem rastreadas.
Por trás disso, a figura do Professor, um tipo
intelectual que bolou o plano como quem joga xadrez, antecipando as ações da
polícia e se aproveitando delas.
Claro que o Professor não pode prever tudo e
muitas vezes as coisas saem do controle, seja tanto fora da Casa da Moeda
quanto dentro. No outro lado, uma policial responsável pela negociação que percebe
o jogo do Professor e começa também a jogar com ele – e este começa a jogar com
ela em uma dinâmica de gato e rato.
Da mesma forma, temos as relações entre os
assaltantes e destes com os reféns. O tempo todo algo está acontecendo – e os
roteiristas jamais deixam cair o nível da narrativa.
Além disso, há diversas referências, tanto
musicais (a música Bella Ciao é título de um dos episódios) e visuais, como as
máscaras de Salvador Dali usadas pelos assaltantes.
O resultado é uma série viciante, que está se tornando
sensação no Brasil.
Sem comentários:
Enviar um comentário