Se há
um gênero capaz de arrebatar multidões e criar legiões de fãs, esse gênero é a
ficção científica. Algumas das maiores bilheterias de todos os tempos são filmes
de ficção científica: ET, o Extraterrestre, 2001, uma Odisséia no Espaço,
Matrix, Guerra nas Estrelas. Além disso, há os ruidosos fãs de Jornada nas
Estrelas, Arquivo X e Perry Rhodan, que nos levam a perguntar: o que a ficção
científica tem de tão fascinante?
Creio
que a resposta pode estar em duas palavrinhas básicas da cibernética:
informação e redundância. O ser humano busca a informação, a novidade, a
originalidade... e foge da redundância, da chatice, da mesmice.
Prova
disso é o processo de hipnose. Ela é um transe provocado pela mente como uma
forma de defesa contra um estímulo altamente redundante.
O
hipnotizador repete à exaustão as mesmas palavras, sempre num tom de voz
monótono. A mente se nega a continuar a receber o estímulo e simplesmente desliga.
Nós
fazemos isso no nosso dia-a-dia. Quando alguém tenta nos contar algo que para
nós é redundante, cortamos logo: “Ei, isso eu já sei!”. Por outro lado, sempre
procuramos novidades. Essa busca de novidade é a mãe da fofoca e de seu irmão
nobre, o jornalismo.
A
ficção científica nos fascina por apresentar um estímulo altamente informativo.
Através dela, temos contato com uma realidade completamente diferente da nossa:
roupas inteligentes, carros que voam, viagens espaciais...
Tudo na
ficção científica é informativo, dos equipamentos sofisticados aos hábitos das
pessoas. Lembro de uma história da série de livros Perry Rhodan em que os
humanos encontram seres que vivem em um planeta alagado. Eles haviam
desenvolvido lábios inferiores salientes para coletar cogumelos e usavam saias
de madeira que lhes permitiam ir aos locais mais fundos sem afundar.
Mas nem
todo mundo tem a mesma abertura para a novidade. Pessoas de baixo repertório (ou
seja, de menor nível cultural) preferem programas, livros e filmes redundantes.
O mundo completamente diferente da ficção científica as assusta. Quantas vezes
não vemos indivíduos que são absolutamente incapazes de compreender um filme de
ficção científica? É informação demais para eles. Não é à toa que algumas
pessoas até hoje se recusem a acreditar que o homem chegou à Lua.
Se
formos procurar os fãs de ficção científica, vamos encontrá-los entre os jovens
(é notória a abertura para tudo que é novo dessa idade) e entre as pessoas de
maior repertório: são elas que têm maior necessidade de informação e a
encontram nas viagens espaciais de Jornada nas Estrelas ou nos enigmas
insolúveis de Arquivo X.
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