segunda-feira, junho 25, 2018

Odisseia cósmica



Todos que conhecem um pouco mais de quadrinhos sabem que Thanos é uma cópia de um vilão da DC, Darkside, criado por Jack Kirby quando este revolucionou a editora na década de 1970.
Em 1988, Jim Starlin, criador de Thanos e grande mestre das sagas cósmicas estava na DC Comics. Era a oportunidade de trabalhar com a versão original de seu vilão.
Starlin imaginou uma grande saga estelar em que alguns dos mais poderosos heróis da DC se unem a Darkside para enfrentar a ameaça absoluta da anti-vida.
Starlin fazendo uma grande saga cósmica com personagens da DC é um velho sonho dos leitores e não decepciona. Como nessa época ele já estava diminuindo sua atividade como desenhista, foi chamado um artista que na época era uma estrela em ascenção: Mike Mignola. A junção desses dois grandes astros nos deu um dos poucos crossoveres realmente divertidos dos quadrinhos de super-heróis.
Mignola sabe dar peso às imagens, usando e abusando dos contrastes, o que é particularmente eficaz nas cenas do universo da anti-vida. Ele nitidamente não conseguiria desenhar diversos heróis em um único quadro (o que é uma especialidade de George Perez), de modo que Starlin, de maneira inteligente, escolhe um pequeno time de personagens para combater os espectros da anti-vida que escaparam para nosso universo, indo cada um para um mundo com o objetivo de destruí-lo. Algumas escolhas fazem todo o sentido, como Super-homem, Lanterna Verde, Estelar e Orion. Outras parecem forçadas por decisões editoriais, como o Batman, que parece deslocado numa saga cósmica. Mas, como bom roteirista, Jim Starlin dá um jeito de fazer com que o personagem se torne relevante na HQ (ele havia feito a mesma coisa com o Homem-aranha na saga de Thanos).
Aliás, Starlin consegue equilibrar perfeitamente a trama, sem fazê-la pesar demais para personagens como o Super-homem. Todos os personagens têm um bom desenvolvimento – inclusive melhor do que normalmente se fazia com eles à época.
Essa história foi lançada na década de 1990 pela editora Abril e em 2015 foi relançada pela Panini em volume encadernado com capa metalizada.

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