Galep é mais conhecido por ter sido o co-criador do ranger Tex, o mais famoso quadrinho italiano de todos os tempos. Seu estilo econômico e discreto, em que o desenho serve essencialmente à narrativa teve uma influência absoluta sobre os fumetti, em especial os publicados pela editora Bonelli. Mas seu trabalho não se restringiu a Tex: ele ilustrou de tudo, inclusive arte sacra. Confira o trabalho desse mestre e clique aqui para saber mais sobre sua trajetória.
terça-feira, julho 31, 2018
Quem foi Muriel Tamara Byck?
Conhecida pelo codinome "Violette", Muriel foi uma das mais importantes agentes do SOE (Departamento de Operações Especiais), que fazia ações de sabotagem e espionagem na Europa sob controle nazista.
Filha de judeus franceses naturalizados britânicos, ela era uma jovem atraente, de longos cabelos negros. Era inteligente e dominava vários idiomas. Falava fluentemente francês, russo e alemão.
Quando eclodiu a guerra, ela se ofereceu como voluntária para trabalhar na cruz vermelha. Depois afiliou-se à Associação Feminina de Auxílio à Força aérea, sendo depois contratada pelo SOE em decorrência de seu ótimo francês.
Parecia tão jovem que os seus superiores exigiram que ela se maquiasse para aparentar mais idade. Relatos da época dizem que ela estava ansiosa para ser enviada a uma missão. Logo ela foi escalada para ir à França com o codinome de Benfeitora.
Ela recebeu três identidades falsas, a principal delas com o nome de Michele Bernier. Sua missão era recrutar agentes locais, treiná-los e avisar Londres para que fossem providenciados codinomes. Seu superior era o major Philippe de Vonnecourt.
Na propriedade de Vonnecourt, ela fazia transmissões para a Inglaterra, nunca no mesmo horário e nunca usando o mesmo transmissor. Um dia um alemão a viu pelos buracos do barracão que ela usava como base e saiu para avisar o superior. Muriel limpou o local, tirando de lá tudo que pudesse parecer suspeito. No final, o soldado acabou sendo preso por desperdiçar o tempo de seu superior dizendo que uma linda mulher estava fazendo transmissões radiofônicas.
Muriel acabou pegando minigite e morrendo em solo francês. Em Romorantin, o memorial em sua homenagem é muito visitado, não apenas por descendentes dos membros da Resistência, mas também pelos habitantes da região. Ainda em solo francês, sua memória é reverenciada com uma placa no memorial da "Seção F", em Valencay. Na Inglaterra , no memorial da Igreja de St. Paul, Wilton Place, Knightsbridge; e no memorial do Liceu Francês, de Kensington.
segunda-feira, julho 30, 2018
A origem do Super-homem
Na década de 1930 dois jovens judeus, Jerry Siegel e
Joe Shuster andaram por quase todas as editoras e sindicates da época tentando
vender um personagem que haviam criado. Todo mundo achava que o personagem era
irreal demais e dificilmente venderia bem. O nome desse personagem era
Super-homem, um dos maiores sucessos dos quadrinhos de todos os tempos.
O personagem havia surgido em um fanzine de
ficção-científica editado por Siegel, o Science Fiction. Era um homem pobre,
escolhido na fila para sopa e submetido a uma experiência científica que lhe
dava poderes de ouvir o pensamento das pessoas e comandar seu comportamento. Graças
a esses poderes, ele se transforma no governante despótico do mundo. Ou seja,
inicialmente, o Super-homem era um vilão.
Com o surgimento das revistas em quadrinhos baratas
(que no Brasil foram chamadas de gibis), Siegel percebeu ali um mercado e
decidiu transformar seu personagem em um herói, aos moldes de Doc Savage, herói
da literatura pulp.
O super-homem unia todos os elementos da cultura pop
norte-americana: o valentão bonzinho batendo nos malfeitores (como nos pulp
fiction), a malha colante dos fisiculturistas da época e a dupla identidade.
Conta a lenda que numa noite abafada de verão, Siegel
não conseguia dormir e passou insone, pensando em seu personagem. De quando em
quando ele se levantava, tomava água e fazia anotações. Quando amanheceu, ele
já tinha o personagem estruturado, com sete semanas de história.
A história não é bem assim. Na verdade, o Super-homem
foi sendo estruturado com o tempo, de acordo com as diversas recusas dos
editores. Os dois quadrinistas chegaram até a fazer uma versão mais hard, para
uma revista masculina.
Os sindicatos de distribuição, editoras e até estúdios
(como o de Will Eisner, que posteriormente iria criar o ótimo Spirit) recusavam
a tira com observações do tipo “Trabalho imaturo” ou “Prestem mais atenção ao
desenho”.
Quando a National precisou de uma história pronta para
colocar em uma nova revista que estavam lançando e que precisava estar nas
bancas o quanto antes, Sheldon Mayer se lembrou do Super-homem que estava na
pilha de materiais rejeitados. Não se sabe se foi uma antecipação do sucesso ou
se era simplesmente a coisa que estava mais à mão, mas o fato é que a editora
mandou uma carta com os originais para os dois rapazes dizendo que se eles
conseguissem transformar aquelas tiras em uma história de 13 páginas o quanto
antes, eles a comprariam.
Assim, Action Comics estreou no dia 1 de junho de 1938,
tendo o Super-homem na capa, na sua pose clássica, segurando um carro acima dos
ombros, para espanto de bandidos que fogem desesperados. Era um trabalho
grosseiro, como se diversas histórias estivessem coladas sem muito nexo, mas
mesmo assim provocou uma revolução no mercado. Não era só o heroísmo, mas
também o humor. Em uma seqüência, o Super-homem corre por fio de alta tensão,
levando um bandido consigo. “Não se preocupe. Os passarinhos ficam nos cabos
telefônicos e não são eletrocutados – desde que não toquem num poste telefônico! Opa! Quase bati naquele
ali!”. Era algo novo: um herói fazendo piada. Isso conquistou os garotos.
A revista começou a vender horrores. Os donos da
editora National mandaram algumas pessoas perguntarem nas bancas o que estava
provocando o sucesso do gibi e o que ouviram foi: “As crianças querem mais
desse herói”.
Conforme aumentava a popularidade do herói, aumentavam
também seus poderes. No começo, ele apenas dava saltos enormes, mas logo estava
voando. No começo ele era imune a balas (famosa a cena em que bandido atiram e
as balas ricocheteiam em seu peito), mas logo ele já era capaz de agüentar até
uma bala de canhão. Em uma história o herói foi obrigado a entrar telhado a
dentro porque suspeitava que numa casa se escondia um bandido. Para evitar que
novos telhados fossem danificados, foi inventada a visão de raio x.
Se por um lado ele era o herói mais poderoso da Terra,
por outro lado, em sua identidade secreta, ele era Clark Kent, um repórter bobalhão
que era sempre passado para trás pela colega Lois Lane. A diferença entre eles
era de apenas um óculos, mas mesmo assim Kent conseguia enganar a todos. Alguns
roteiristas acreditaram que o alter-ego de Super-homem fosse mesmo um bobalhão,
mas trabalhos mais recentes, como de Grant Morrison em All Star Superman
mostram que na verdade, ele apenas se faz passar por bobalhão.
Essa falsa dualidade Super-homem x Clark Kent permite
um processo de identificação e projeção. O leitor se identifica com Clark Kent,
mas se projeta no super-herói e suas realizações.
Com o tempo foram adicionados novos elementos à
mitologia do personagem. Surgiu a kriptonita para contrabalancear os poderes
cada vez maiores do personagem. A kriptonita verde pode até matar o herói. Já a
vermelha tem efeitos imprevisíveis, podendo transformar o herói até mesmo em um
monstro. Foi criada uma fortaleza da solidão, no pólo Ártico, um local em que o
personagem guarda recordações de seu mundo e de suas aventuras.
Com o tempo, ficou claro também que um personagem tão
poderoso não poderia combater reles marginais e surgiram os super-vilões, como
Lex Luthor, Bizarro e Brainiac.
domingo, julho 29, 2018
O seriado do incrível Hulk
O incrível Hulk foi um seriado criado em 1977 que rendeu cinco temporadas e três longas metragens. No meio de várias tosqueiras lançadas pela Marvel na época, foi o único seriado de sucesso.
Saquem só a sinopse: Doutor David Banner... Médico, cientista. Em busca da força que todos possuem, acaba recebendo uma dose maciça de raios gama e agora, quando se enfurece ou se sente ultrajado, se transforma e tem de enfrentar a sua maldição: o Incrível Hulk!
Só por aí dá para perceber as diferenças dos quadrinhos. Os produtores acharam que Bruce era um nome gay e lá se foi a aliteração. Além disso, o protagonista virou médico, ao contrário dos quadrinhos, nos quais ele é cientista nuclear.
Na TV, por causa da censura, o monstro verde era pouco violento. Na maioria das vezes ele se limitava a rugir, demolir alguma parede de isopor e sair correndo, não sem antes amassar o revolver de alguém.
Uma curiosidade é que o ator Lou Ferrigno dificilmente era maquiado por completo. Ele usava, por exemplo, uma sapatilha verde.
Apesar disso, o seriado fez sucesso graças ao carisma do ator Bill Bixby e ao clima de road-movie, com o herói fugindo de cidade em cidade e assumindo novas identidades. Essa fase chegou até mesmo a influenciar os quadrinhos.
Qual era a arma mais famosa dos nazistas?
Quando teve início a II Guerra sua produção foi reiniciada, sendo produzidos quatro milhões de exemplares.
A Luger é uma pistola elegante, fácil de manusear e atirar, mas, segundo especialistas, não merece a reputação que acabou ganhando. Sua manufatura é bastante dispendiosa. O mecanismo tem muitas peças miúdas que requerem usinagem e montagem cuidadosas, e as molas têm de ser fabricadas com certo cuidado. O sistema de culatra articulável é sensível às variações da potência do cartucho, o que pode emperrar o funcionamento da arma.
A arma pode emperrar com lama, poeira, gelo e neve. Uma vez que o mecanismo não é coberto, nada impede que esses elementos entrem nele, travando a arma. Esses problemas fizeram com que a Luger fosse substituída, no final da guerra, pela Walter P-38.
Capas da Grafipar - a editora que saiu do eixo
Grafipar foi uma das mais importantes editoras brasileiras de quadrinhos. Especializada em quadrinhos eróticos, ela inundou as bancas no final dos anos 1970 e início dos anos 1980 com uma enorme variedade de revistas com a nata dos quadrinhos nacionais. Confira algumas capas da editora.
Black mirror e o ódio nas redes sociais
O episódio "Odiados pela nação", último da terceira temporada de Black Mirror é um dos mais impactantes da série.
Outros episódios já haviam discutido comportamentos das pessoas nas redes sociais, como o fetiche por fotografar e filmar pessoas mortas, acidentes etc, no episódio "Urso branco". Mas "Odiados pela nação" vai além.
E se o ódio que você destila nas redes sociais tivesse consequências reais? E se quando você digitasse morte a fulano, ela realmente morresse? Os assassinatos no episódio acabam se transformando numa metáfora para todas as consequências psicológicas do ódio na internet.
"Odiados pela nação" é uma reflexão mais que necessária.
Em tempo: a imagem que ilustra este post é de autoria do brasileiros Butcher Billy.
sábado, julho 28, 2018
A impressionante arte de Dave Mckean
Dave Mckean é um dos mais celebrados ilustradores britânicos. Ele ficou famoso ao ilustrar a mini-série Orquídea Negra, com roteiro de Neil Gaiman, para a editora DC. Aliás, Gaiman é um do seus maiores parceiros. Mckean produziu todas as capas de Sandman, misturando colagens, pinturas, fotos e manipulação de imagens em imagens oníricas dadaístas e surrealistas. Mckean também fez as capas de Hellblazer, um dos quadrinhos mais importantes da década de 1990.
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