Ivasores de corpos (ou Vampiros de
almas, como também é conhecido no Brasil) é um exemplo de como um orçamento
apertado para um filme de ficção científica aliado a um bom roteiro e uma boa
direção podem criar um clássico absoluto.
Lançado em 1956, dirigido por Don
Siegel, escrito por Daniel Mainwaring, o filme conta a história de um médico
que, após voltar de um congresso, depara-se com relatos de seus pacientes
segundo os quais seus parentes são impostores.
O filme balança entre o ceticismo do
médico e as evidências de que algo de fato pode estar acontecendo. Finalmente,
o protagonista acaba encontrando um casulo de onde repousa uma cópia sua
incompleta.
O médico e sua namorada fogem da
cidade quando fica claro que o local está sendo dominado por uma invasão
alienígena, que transforma as pessoas, tirando-lhes a individualidade e
humanidade. Mas em que confiar? Quem
está transformado e quem não está?
O terror do filme não está em
monstros com garras, ou cenas de carnificina, mas em pequenas ações, como a mãe
que coloca no berço um casulo.
Desde que foi lançado, Invasores de corpos tem sido analisado como uma
metáfora política. E, de fato, diretor e roteirista haviam colocado ali suas
inquietações. O roteirista fizera um roteiro que denunciava o marchastimo. O
diretor dirigira um filme que denunciava a ameaça comunista. A genialidade do
filme está justamente nessa dubiedade, o que transformou o filme num alerta
contra qualquer sistema autoritário, que tire do ser humano a sua individualidade, transformando as pessoas em mais um na
multidão homogênea.
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